quinta-feira, 24 de julho de 2008

O bem que um chiclete faz (buy a banana) - (Dani)

Na verdade não foi nada. Na verdade não tem que ter muito motivo. Mas a gente tinha motivo, e tava sentada lá. Até ganhou chiclete, porque a gente é legal e sorri.
E ventava, meu pai como ventava. "Calça social e moletom, eu sou ridícula mesmo".
Do nada a gente olhava pro nada e ficava... Puta dia difícil. Não fiz nada hoje, nem eu. Só enrolei, eu também.
E voltava, cada uma pro seu silêncio. Mais uma cerveja, moças? Mais uma, por favor. E a gargalhada do bêbado lá dentro era a grande alegria da noite. E do dia. Porque ele ria de tudo, e ria alto, do jeito que só os mendigos riem. Aqueles mendigos que torcem fervorosamente pra um time a cada minuto.
Porque eles gargalham? Deve ser loucura, deve ser desespero. Ou deve ser porque eles acham tudo uma grande piada. E como a gente não tava tão louca, nem tão desesperada, nem tão engraçada, a gente só ria. E olhava de novo pro nada.
Mas no fundo tudo deve ser realmente uma grande piada. Porque a gente saiu de lá rindo da cara do Henrique Chamma, coitadinho, se remexendo no túmulo.
Como é seu método pra baixar música? Métodos virginianos sempre são melhores que os aquarianos. Aquarianos são bagunçados mesmo, deixa pra lá. Você ia surtar vendo meu quarto.
Sabe quando voce se sente deslocada na sua própria casa? Sei. Ah é, você sabe. Mal. Sussa. Então, eu ficaria sentada aqui, bebendo cerveja. Ou até coca. Mas eu tenho que ir, descobrir um ônibus novo que não aquela carreta que eu chamo de ônibus. Carreta maldita. Pra chegar em casa e enfrentar o Brasil.
Um chiclete junto com o troco. Pra fazer o silencio sorrir na ventania e o dia errado dar um bocadinho mais certo.

2 comentários:

Unknown disse...

ao dia errado mais certo!

nao analisa não, pq eu te amo!

... disse...

Pior que eu analisei, porque fiz o texto... Mas não analisei muito não, até escrevi direto no blog! Nem salvei antes no computador!