quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Sim, é por causa do filme (Dani)

Eu quero todo dia diferente, sem hora pra comer, dormir, acordar. Quero um colchão na sala e me sujar quando a gente pintar a parede.
Quero uma máquina de lavar e uma coleção de lençóis bem cheirosos, pra que nosso colchão seja o melhor do mundo.
Quero comprar uma bandeja de café da manhã antes de comprar uma televisão. Quero um violão no canto da sala e aprender a cozinhar junto com ele.
Quero a parede cheia de desenhos e fotografias que eu mesma vou tirar. Dos nossos lugares favoritos e dos nossos dias favoritos. E dos nossos amigos favoritos.
Quero um box de vidro transparente no banheiro e um espelho que não embace.
Quero uma rede na sala e uma cadeira de balanço na varanda. Definitivamente quero uma varanda.

Deixe-se em paz (Dani)

O Dominic tem essa mania. Qualquer coisinha é um tal de me deixa em paz que dá vontade de pegar a cabeça dele e socar na parede até virar um triângulo. Mas dia vai, dia vem, lá estava eu falando "me deixa em paz" pra qualquer um.
Acordar e colocar minha coleção do Jack Johnson pra tocar. Não é Frank Sinatra e talvez não esteja entre os 1001 cds que vc TEM que ouvir antes de morrer, mas eu quero morrer ouvindo Jack Johnson, você que me desculpe. E me deixe em paz.
A cortina amarela nova faz com que a luz na sala seja sempre de por do sol, mesmo quando não tem sol e só chove. Aí entra a cortina e o Jack Johnson e ok, estou em paz.
Então, não, você não vai simplesmente entrar aqui e bagunçar tudo. Não, não, não. Você não vai tirar o amarelo da minha alma rosada, não não não. Eu já senti essa ansiedadezinha antes e hoje eu sei que ela não é boa, então me deixa em paz.
Eu tenho muitos livros pra ler porque eu quero saber como os japoneses moram. Eu quero todo um ideal de casa perfeita porque eu vou desenhar a minha, então me deixa em paz.
Essa sua ânsia por barulho, essa sua ânsia por festas.. calma, o carnaval tá aí. Antes eu ainda tenho as praias do Espirito Santo pra desfrutar só com a manusca, então me deixa em paz,não quero beber agora, não quero dançar agora, só quero um bom livro e um violão.
E aí, porque você também não dá um tempo e me deixa em paz, e se deixa em paz?

PS: Esse exto não é dirigido pra absolutamente ninguém, antes que alguem se estresse hehe

Chinelos (Dani)

Porque será que eu sempre acabo falando deles???

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Lar Doce Lar (Dani)

Eu estou meio ausente do mundo, eu sei. A galera tá saindo, se vendo, e eu aqui, em casa.
Mas eu assisti O Curioso Caso de Benjamin Button e percebi que existem algumas razões pra eu estar tão quieta aqui no meu canto. Eu demorei muito pra aceitar a casa da minha vó como minha casa. E de repente percebi que isso aconteceu, em algum momento que eu não sei dizer.
Existem algumas razões que tornam minha casinha aconchegante e feliz. Aconchegante porque eu moro com a minha vó, então os almoços (geralmente) são como almoços de domingo, tirando os dias em que minha vó simplesmente some e depois aparece dizendo que foi num passeio na Serra da Cantareira com as brothers. Nesses dias rola um miojo e olhe lá, mais provavel um lanche do bar aqui embaixo.
Feliz porque eu, ela e mnha irmã não temos grandes problemas. O grande drama da minha vó é comprar carne no açougue ou então ir buscar mais tinta pra tecido porque a dela acabou. O grande drama da minha irmã... Acho que nem sei dizer, eu e ela não estamos acostumadas a dramas domésticos.
Aí existe meu quarto feliz. Ali eu tenho a liberdade de fazer qualquer coisa... Pintar paredes, colar cartazes, ouvir minhas músicas a vontade. Música é outra coisa sussa: minha vozinha adora reggae e Beatles, então não existem problemas também...
Mas acho que na verdade não é nada disso... Sei lá, é uma sensação de paz, aqui não tem brigas, nem inveja nem gente me olhando feio. Aqui eu passo qualquer coisa na cara, as pessoas riem e depois me deixam em paz. Eu ando igual uma mendiga e tá tudo bem.
Aqui eu sou aceita como em nenhum outro lugar do mundo. Eu faço ioga no meio da sala e tá tudo bem. Eu viro cambalhota no tapete pra acordar o corpo e ta tudo bem. Eu invento uma dieta saudavel nova e tá tudo bem. Eu passo algumas tardes ouvindo música e escrevendo e tá tudo bem. Parece que é um grande tudo bem que eu não tinha percebido antes... Mas aqui já é minha casa.

PS.: Minha vó arrasa.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

18 dias (Dani)

Comentários perdidos no meio da madrugada me fazem pensar por horas. Olhares trocados no começo da manhã em barracos de 1X1m me fazem chorar em silêncio enquanto passa um rato ali, no canto do córrego, mais dono da casa que a moça, bêbada. Conversar de madrugada enquanto sou abraçada e percebo que o mundo é grande mas eu tenho forças e sou ainda maior, ele na verdade é pequeno. O Chile de repente se torna perto, o mundo se torna meu porto perto de você.
Correr com o sol nascendo, fazer parte daquilo te dá forças pra enfrentar qualquer coisa. Eu não pertenço mais a essa cidade, eu não pertenço mais a esse lugar. Eu quero grandes horizontes pra minha vida, eu quero casas com ruas e não com vielas, eu quero a areia sempre perto de mim e água boa sempre perto de vocês.
Construir duas casas. Construir um novo eu. Que por ser mais egoísta é também mais humano, eu me dôo. Eu quero mais porque eu acredito no mundo. O mundo é simples sim, as coisas tem solução sim e eu não sou uma otimista ingênua. Crie seu cotidiano, por favor. Seja você mesmo em qualquer lugar do mundo, por favor. A gente espera demais de Deus e enquanto fica pedindo não faz nada, fica sentado esperando.
Usar chinelo, eu amo usar chinelo, eu amo estar descalça, mesmo que por causa disso meu pé não seja a coisa mais linda do mundo... Você me acostumou com óculos escuros, eu vejo um mundo meio cobre, meio por do sol. Eu vejo crianças com tanto amor pra dar que te abraçam como se você fosse da família. Eu vejo pessoas que desafiam a morte e ainda ajudam os outros, que se tornam exemplos pra mim sem que elas nem saibam. Ou talvez saibam.
Crises de vida. Todo mundo que cresce precisa passar por elas. Então eu não vou atrapalhar seu momento, eu tambem tenho os meus. Eu respeito. Respeito seu silencio, respeito seus momentos, respeito sua saudade. O tempo que eu tive foi totalmente eu. Eu não choro por isso. Eu respeito sua dificuldade em fazer escolhas e escolher caminhos. Eu respeito porque te amo.
Eu tomo banho de lama com a mesma intensidade que tomo banho de mar. Porque os dois pra mim tem causas muito nobres dentro desse coraçãozinho aqui. Eu penso as vezes, dentro da agua, o quanto seria bom você ali do meu lado me pegando no colo um pouquinho. Não por carencia, mas porque era bom e engraçado...
Eu me orgulho de você ser da minha família. De voce se empenhar tanto, se importar tanto, ser tão integra, eu me orgulho de voce quando voce esta em cima do telhado, assim como eu, lá do outro lado da favela, gritando "manusca". Eu te amo manusca. Eu me orgulho.
Eu me sinto mais viva, mais feliz, mais centrada. Eu me sinto completamente inteira. Em 2009, eu posso dizer que vivi todos os 18 dias como se eles fossem os últimos. E o melhor de tudo é que eu sei que eles foram só os primeiros.

sábado, 17 de janeiro de 2009

Sábado e Sinatra (Lígia)

Sábado de chuva, almoçando às 5 da tarde sozinha, eu olhei pra prateleira da sala e peguei o CD do Frank Sinatra.
Provavelmente eu deveria estar bebendo vinho e não suco de pêssego, mas muita coisa fez sentido mesmo assim. Eu acho que entendi meu pai quando ele fala que não existe voz como a do Sinatra.
Não existe nada mais romântico do que Frank Sinatra. Romantismo de verdade sabe? Nada de rimas de coração com paixão e amor com dor, romantismo mesmo, simplesmente e absurdamente romântico.
O tipo de romantismo que te faz achar uma tarde cinza e chuvosa uma das coisas mais facilmente apreciáveis. Aquele romantismo que te faz achar a cidade um lugar incrível e a noite um momento maravilhoso. Que faz você se embebedar pela vida, pelo acaso, pelo que te aguarda na próxima esquina.
Romantismo que te faz acreditar que tudo é possível no sentido de que qualquer coisa pode acontecer.
Otimista, ingênua e com ansia de frio na barriga, é como eu me sinto ouvindo Frank Sinatra.


(Não é a toa que Frank Sinatra faz casais mais velhos dançarem no meio da sala de estar!)

domingo, 4 de janeiro de 2009

Estar inteira (Dani)

Se minha alma tivesse uma cor hoje, seria cor de suco de abacaxi com acerola. Daqueles rosas meio amarelados, refrescante e colorido.

Uma liberdade que faz minha alma crescer tanto que de repente eu consigo vê-la quase fora de mim. E isso graças a vocês, graças a vocês. Que me mostram todo dia a vida, que me mostram que tá tudo bem.

Eu sou um ciclone passando por mim mesma.