domingo, 15 de fevereiro de 2009

Talvez eu também esteja aprendendo (Lígia)

Eu venho aqui pedir para o universo que sinceramente leve as minhas desculpas a todos aqueles que eu machuquei durante esses 21 anos.
Todas as lembranças que sempre me vem a mente, eu me desculpo do fundo do coração, e se eu pudesse pegar a dor e as consequências de cada erro e de cada egoísmo meu, eu faria.
Mas eu não posso mais me arrepender de nada disso, isso tudo é meu, eu amo e acolho cada erro, cada vergonha, cada traição, cada tropeço, cada desespero, cada insegurança, cada loucura.
Tudo isso sou eu, faz parte de mim e tudo isso me fez quem eu sou hoje.
Eu adoraria ter nascido assim já, mas não nasci, pelo menos eu posso dizer que tive (e tenho!) coragem de de me encarar por inteiro, porque as pessoas têm o direito de conhecer os seus limites e decidir o que fazer com eles.
Eu me encontrei, eu encontrei meus limites e me aceitei completamente e nunca me senti tão no eixo em toda vida.
Antes eu sentia arrependimento e vergonha de ser, ou ter sido tudo isso. Hoje eu fico triste, sinceramente triste pela tristeza que causei em outras pessoas para poder estar aqui agora.
Eu poderia dizer pra vocês que pra mim também não foi fácil, que eu também sofri, mas isso não poderia fazer bem a ninguém.
Então eu venho aqui, pedir para o universo levar minhas sinceras desculpas àqueles que eu causei algum tipo de dor.


14/02/09 - Na estrada.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Aprendendo (Dani)

Essa noite eu tive meu pior pesadelo. Não vou ficar contando historia triste aqui, mas digo que é um pesadelo horroroso, que eu vira e mexe eu tenho. Eu sei qual é o maior medo da minha vida, e ele sempre aparece nesse pesadelo.
E eu sempre acordo mal, e nao durmo mais. Fico me remexendo na cama, nervosa, sem coragem de levantar, sem coragem de dormir, com a minha cabecinha repetindo: eu não vou dormir, eu não vou dormir.
Mas ontem eu tinha resolvido olhar o mundo com os olhos do coração. Aí quando acordei do pesadelo, respirei bem fundo e disse pra mim mesma: calma, isso tudo é só medo, não é real. Eu tô aqui, e eu vou cuidar de você porque eu te amo.
Aí, pela primeira vez após esse pesadelo, eu dormi. E antes de dormir ainda consegui meditar e mandar tipo uma luz azul, dessas bem de gente doida mística, pras pessoas que tavam no meu sonho. Pra elas também dormirem em paz.
É, acho que eu tô aprendendo.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

O meu significado pra isso (Dani)

De você eu não quero nada. Não quero elogios falsos, como pequenas prendas antes da notícia ruim. Eu não preciso, e não quero, esse tipo de elogio, esse tipo de “agrado” como se eu tivesse 7 anos e alguém me desse um algodão doce antes de dizer que meu peixe morreu.

Espírito livre? O que é isso pra você? É simplesmente ser alguém que viaja? Que tem vontade de conhecer o mundo? Isso pra mim é curiosidade, é querer ver além do próprio umbigo e além do próprio mundinho. Meu olho brilha com a possibilidade de um mar mais azul, de uma tarde ao sol, de um deserto de sal.

Mas meu olho também brilha com a idéia de passar uma tarde com alguém. De dividir uma cerveja num boteco com melhores amigos. Com a idéia de chegar no ônibus e ter um convite pra praia no celular e isso ser motivo de alegria, mas não mais de faniquito e de mudança de planos.

Meu olho quase se enche de lágrima de tanto brilho ao pensar em amar alguém livremente, como esse “espírito livre” pede. Sem convenções e como disse o segundo ser humano mais otimista que eu conheço: sem que liberdade seja confundida com pornografia. Eu quero ser livre, eu quero poder amar de braços abertos e com braços me esperando.

Seu espírito pode me dar isso? É isso que meu “espírito livre” pede. É isso, não uma viagem, que meu “espírito livre” quer. Amor de verdade, sem medo, sem passado. Não só de um homem, mas de uma pessoa. Seu espírito consegue olhar as pessoas? Seu espírito quer olhar as pessoas? Eu tenho minha vida, e ela é bem brilhante. Nela cabem mundos e fundos, favelas e cidades, prédios de última geração e praias intocadas. Cabem pessoas dos mais diversos tipos, pode acreditar. Não se julgue importante a ponto deu chorar por você, pode ser que isso não aconteça. Mas nunca se sabe, eu posso já ter chorado muitas noites em segredo.

O “espírito livre” é mais uma menina feliz, brincando na piscina todos os dias, mesmo quando está doente. É aquela menina que sobe na goiabeira da escola e fica de ponta cabeça, mas mesmo assim nunca conseguiu ter uma cicatriz. É a menina que sabe brincar de carrinho com a irmã no supermercado. É a menina que troca de roupa com a amiga durante o esconde-esconde. Ela é livre. Eu sou só o corpo que guarda ela, que a protege. Na verdade nós viramos melhores amigas.

Viajar não é nada, entenda. Isso me faz feliz, não livre, acredite. Já viajei muitas vezes e percebi depois que minha alma ficou presa em casa. E meu “espírito livre” me impede de sofrer por muito tempo nessa vida, ainda bem. Meu “espírito livre” sabe do clichê da vida curta e do clichê do carpe diem, ainda bem. Meu espírito já era livre quando eu aprendi a andar de patins numa cidade que não deve ter 20 mil habitantes.

De você eu não quero nada. Na verdade só quero que você, se não conseguir desfrutar de tudo isso junto comigo, sem medos, que pelo menos entenda, respeite e me olhe com um sorriso, sem algodão doce pra menina aí de cima. Porque ela prefere coisas salgadas, obrigada.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Eu não gosto de você nem como pessoa, como poderia gostar como homem? (Lígia)

Hoje me fez parar pra pensar: como tantas pessoas podem habitar um mesmo corpo durante o espaço de uma vida!
Eu sabia que tinha mudado, mas a prova foi incrível.
O simples fato de eu cogitar não ir na festa do Gui significa tanta coisa! significa enterrar uma Lígia já enterrada, mas enterrá-la ainda mais fundo.
Eu olho pra trás e realmente não parece minha vida, parece um filme sobre outra pessoa.
E não faz a menor diferença, ver Frederico, ver Gustavo, nem ver o Leite. Nada. Não significa nada. Eu que ansiava pelo dia 31 de janeiro, hoje olho pra essas pessoas e não vejo nada. Um grande vazio.
O Gui se tornou mais bonito que o Gustavo.
Acho que ele sempre foi.
E ainda bem que hoje eu tenho olhos que enxergam assim.
Me senti com 15 anos por rever todas essas pessoas, mas toda a necessidade que eu sentia de ser notada por essas pessoas foi embora.
Eu não preciso mais que elas alimentem meu ego.
Eu mudei muito.
"- Ninguém presta!
- Hoje eu presto"
É uma verdade absoluta. Eu tinha necessidade de flertar com todo mundo e me sentir desejada e especial.
Essa sensualidade forçada e vulgar deu lugar a uma menina que se sente bem com um sutiã sem ferrinho e que tem um namorado que a acha sexy quando ela está o mais confortável possível.
Eu amo a pessoa que sou hoje.
Amo de verdade.