segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Só algumas palavras (Lígia)

Toda essa história que aconteceu com você me fez parar pra pensar.
Eu gostaria de conversar com você, eu gostaria que você ouvisse certas bandas e de que assistisse certos filmes, eu gostaria de saber como você está.
Essa minha mania de querer saber sobre as pessoas.
Na verdade eu nunca soube, a gente nunca foi de muitas palavras, eu não sei se você sabia, mas de alguma maneira eu achava que você também sentia que eu te entendia.
Essa minha mania de tentar entender o ser humano.
Fazendo um balanço agora eu consegui perceber que você não me fez mal, como pôde parecer. Você viveu comigo e me ajudou a enxergar um lado muito forte meu. Foi como se com você eu tivesse liberado completamente um bicho, uma besta que vive dentro de mim. Eu conheci o meu limite, toda a escuridão da minha alma, e você sabe que eu não acho isso ruim, eu sempre lidei bem com a minha escuridão que eu sei que não é pequena.
Mas conhecendo toda a minha escuridão eu pude conhecer toda a minha luz, e acho que só depois que eu libertei completamente minha besta, eu pude finalmente controlá-la melhor, e lidar bem com ela de fato, não mais a reprimindo.
Foi só passando por isso, me perdendo num caos de questionamentos e impulsos que eu me equilibrei, que eu soube lidar com todo esse mundo que existe dentro de mim.
A gente tem essa mania de achar que são as coisas boas que nos fazem melhorar. Mas eu só pude realmente enxergar e viver essas coisas boas porque eu já estava nessa sintonia.
É engraçado, acho que você nunca vai saber nada disso, mas lá no fundo eu gosto de pensar que a gente sempre se entendeu, mesmo sem muitas palavras, e que de alguma forma, isso te pertence um pouco também.
Obrigada.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Vontades (Dani)

Vontade de soltar um grito e sair correndo. Voltar correndo de volta à vida, isso que eu quis dizer. Segunda-feira vou correr, finalmente. E cuidar de mim, finalmente. Uma alegria absurda, finalmente. Uma calma inspiradora, finalmente. Um sorriso bobo, finalmente.
Vontade de ir malhar. Eu sou assim mesmo. Vontade de levantar cedo e ir malhar no Ibira com alguma amiga. Ou vontade de ir pro Cepe na hora do almoço, o Cepe é o melhor lugar da USP. Minhas pernas doem, mas ok. O meu braço dói, mas ok.
Vontade de ficar abraçada. Não me olha não, porque eu falo que é vergonha mas no fundo é medo de gostar. Porque se eu gostar gostei, não há mais nada que eu possa fazer depois. Então não me olha assim não. Não ri da minha cara desse jeito porque eu posso rir junto e não querer parar de rir depois.
Vontade de ir viajar com eles. Aqueles que nunca me julgam, aqueles que me entendem. De programar o ônibus e já ficar feliz só de pensar nas quatro horas de viagem rindo igual criança. De pensar em como eu finalmente me achei no meio de tanta gente diferente. Me achei quando achei vocês.
Vontade de ver filme que tá aqui na mochila. Mas eu tenho sono demais, eu não ia conseguir. Eu não ando conseguindo ver filmes, durmo sempre no meio de todos. Eu não era assim.
Vontade de ganhar cafuné. E quando eu ganho eu até fotografo o momento. Eu não dei nada em troca, eu não pedi o cafuné. Mas continua que tá bom. Beijo na testa é igual beijo no olho, então fecha os olhos e dorme aqui.
Vontade de ir numa piscina. Faz sol, por favor, minha carteirinha ainda vale. Eu passaria tardes na piscina, e passaria algumas tardes vendo jogo também. Meu domingo foi mais feliz assistindo o jogo de gente humilde.
Eu fico falando de tantas vontades porque no fundo eu estou é com medo de estar tão feliz assim, sem vontade nenhuma.

domingo, 16 de novembro de 2008

Mais que o Equador (Dani)

Mais do que uma festa, foi a concretização de uma meta, foi ver seu esforço servindo pra alguma coisa. Mais que servir cervejas a 1,00 real, mais que dormir no chão da FAU pra limpar tudo pro outro dia. Não é sobre carregar mesas ou sobre escolher uma playlist no happy hour. Não é só sobre linhas de produção de caipirinha, nem sobre matar aula pra organizar as coisas e fazer reunião. Não é tão simples e não é tão fútil assim.
É sobre aquilo que costumamos chamar comprometimento. Foi"só" uma festa? Não, foi bem mais. Foi desenvolver um espírito de equipe tão difícil de ser encontrado em certos lugares como a FAU. Foi encontrar pessoas que se importam em terminar uma coisa que começaram, e que se importam muito em fazer o melhor possível. Valeu galera, a festa foi animal e pra mim é a comemoração de uma quase formatura, o último ano em que a turma 59 ainda está razoavelmente junta na FAU nossa de todo dia.

E é isso! A festa pela qual nós juntamos dinheiro por dois anos e meio foi-se! Esperamos que as pessoas tenham gostado, esperamos que as pessoas tenham se divertido e bebido horrores e que dentro do possível a gente tenha agradado vocês, queridos fauanos!!!

domingo, 9 de novembro de 2008

Sobre mais um domingo à tarde (Dani)

Eu sei, projeto, projeto, projeto.. Saco. Nada pior que a obrigação da entrega, quando você não aguenta mais ver aquele programinha chato onde linhas coloridas parecem mesmo a salvação de um mundo todo preto. Ninguém merece trabalhar horas num fundo todo preto. Mas pensa nem, se fosse branco seria pior, ninguém saberia a diferença entre amarelo 1 e amarelo 2.
Domingão à tarde. Na tv, o jogo de sempre. Minha vó assistindo, meu pai deve estar também, mas nem é o time dele que tá jogando. E eu, que não dou a mínima, acabo dando umas espiadinhas como quem não quer nada. Só pra saber o resultado e imaginar as reações, mulher é estúpida mesmo. Só mulher acorda mais cedo pra se arrumar. Só mulher faz hora extra num dia pra poder sair mais cedo e tomar sorvete no outro. Sim, eu faço horas extras. Ridícula. E eu dou umas espiadinhas pro time que mais odeio.
Ontem eu tava disposta a fazer minhas malinhas. Depois do senhor-sem-tempo, acho que nunca contei a história dele, estava decidida a fazer minhas malinhas o mais rápido possível. Não se engane, Daniele, não se engane. Esse é meu lema ao longo do ano, e tem dado muito certo. Saí de todas as minhas relações falidas, coloquei todo meu orgulho e dignidade nos seus respectivos lugares, aprendi a ficar sozinha. Tudo ao mantra do "não se engane, Daniele." Um bom mantra. E aí achei que fosse o momento de fazer a trouxinha e seguir a vida. Porque se não for pra ser bom, que não seja. E vai doer se não for bom, e tem sido bom até então. Mas não se engane.
A ânsia de não se engane é tão forte que eu quase corro. Correr assim não alivia nada, não tira a tensão, mas sei lá, talvez ajude. Mas na hora de sair correndo eu falei tantos não sei, sei lá, que percebi que talvez não fosse a hora de ir assim. Já que tô aqui, pago mais uma diária, não custa muito. Conhecer vinte pessoas legais numa noite não aliviou a bagunça da outra, então calma, não vamos embora ainda. Não sou mais tapadora de buracos.
Preguiça... Eu queria passar a tarde dormindo, porque eu sinto tanto sono? Preciso da dieta revitalizante da Chuba. Talvez seja isso. Tudo uma grande preguiça. Mas esse cansaço disfarçado ajudou no dia que eu tava lá na farmácia. Como toda mulher que se preze, no dia do salário eu resolvi que merecia um presentinho antes de ir ao banco depositar todo o fruto da minha não-preguiça. E comprei uns cremes, ok. Mas percebi que todos os cremes que eu tava procurando eram os revitalizantes. Calma lá, eu tenho 22 anos! Alguma coisa tá errada, não se engane.
Nada de bom na TV, pra variar. Domingão é assim mesmo... só o jogo... E eu torcendo pra que um dia tenha um símbolo desenhado no meu tênis...mas ontem eu assisti Amélie Poulan... eu preciso muito daquela carona na bicicleta, daquele beijo no olho e daquele verde que têm um filtro que "deixa as cores gordinhas". A Carol que me explicou. Preciso sim, e tomara que não seja todo mundo que lê isso porque as pessoas tendem a sair correndo quando leêm essas coisas. Assim como eu saio correndo com mais frequência agora. E aí se todo mundo ler isso eu vou me ferrar porque eu vou ficar sozinha precisando do beijo no olho. Mas eu ando descobrindo que no fundo no fundo todo mundo quer beijo no olho, beijo na nuca, beijo na trave...você também precisa dessa carona na bicicleta, não se engane.

Eu estou falando de almas gêmeas, entende? (Lígia)

Você falou tudo, tudo que eu queria ouvir: "Somos parceiros".
Eu adoro essa sensação de que somos nós dois contra o mundo, contra todo mundo que não acredita em viver com liberdade e com amor verdadeiro, viver a vida na sua essência, sem olhos fechado, sem comodismos, sem medo de levar o golpe.
Nós contra todos que vivem a vida pelas beiradas, que não comem tudo, que não sentem tudo, que não se jogam, que não mergulham e não levam o golpe por medo de se machucar. Contra todos que tem medo.
Nós contra todos que se fecham em seus mundos e não olham pros lados, contra todos que não tem curiosidade, que não tem interesse em mundos diferentes. Contra todos que tem noções distorcidas do belo, do amor e da verdade.
Nós contra todos que não se deixam ser tocados no fundo, na ferida. Contra todos que não gritam o coração até o pulmão doer, que não deixam a alma transparecer, que guiam seus pés atrás de números e segurança, e não de palpitações e respostas.

Sou eu e você, contra todos que tem medo da vida e de viver plenamente.




E eu simplesmente amo o fato de ler e reler esse texto e ele servir absolutamente pro Luís e pra Dani.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Duas Horas (Dani)

Eu estou há duas horas apertando essa bolinha de fazer massagem... se ela acalma não sei, mas há longas duas horas eu aperto e aperto como se enquanto eu não destruísse não fosse o suficiente. É esse autocad que não me deixa mais em paz, eu pensei. É essa nova mania de pensar o dia todo em trabalho, pensei também. Preciso de férias, ainda deu tempo de pensar.
Mas eu quero tirar férias justamente pra trabalhar mais... Não, não é esse o problema. Talvez o grande problema seja minha falta de tempo pra correr, talvez isso me angustie desse jeito. Porque na hora que eu tava assistindo novela e ela falou a palavra angustia, não fez sentido nenhum. E talvez ainda não faça. Mas eu apertei essa bolinha por mais de duas horas e talvez isso tenha me angustiado um pouco.
Não deixa a decepção tomar conta de mim e de você, mundo. O mundo tá tão bom não-decepcionante, muda isso não...
Também odeio esses textos feitos pra ninguém, onde só quem escreveu entende. Mas não sei, não sei... Eu fui até a cozinha comer danoninho porque talvez assim eu me esconda um pouquinho mais, não quero mostrar a cara na janela agora a noite. Porque eu me permiti dormir num onibus desconhecido e ainda bem que a mal-humorada levantou com seu mal-humor e me acordou bem no ponto que eu tinha que descer.
Porque eu me senti quase agredida simplesmente por atender o telefone e não estar em casa. "Eu tenho mais o que fazer". Todo mundo tem... Não precisa bater nos outros por causa disso. Mas cansei de argumentar. Porque meus argumentos muitas vezes são recebidos com facas e pedras então é melhor ficar quieta sem me mexer nem dar um pio. "Stay quiet, stay near, stay close, they can't hear..."
Não mundo, eu não nasci pra te provocar. Eu sinto muitas e muitas vezes que as pessoas procuram uma segunda intenção em tudo o que eu faço! Eu não escrevo aqui querendo atingir A ou B. Eu não trabalho pra jogar na cara de alguém. Eu não passo horas na biblioteca provando que leio. A grande verdade é que eu sou egocêntrica e o mundo não tá nem aí pra mim. Mas se tiver alguém me espiando, saiba que eu não tô fazendo pose pra você.
Mas ainda assim minha vida é um seriado onde todos já assistiram Friends e eu não. Pelo menos larguei a bolinha e posso ir dormir.
P.S.:Merda. Parei pra ler o post e lá estava ela na minha mão de novo.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Reflexões aleatórias e sentimentos bobos (Dani)

Não tenho um texto hoje, não parei e sentei com meu caderno ou minhas folhas de sulfite, como eu faço sempre... Só ouvi música, e agora sentei aqui e desandei a pensar, então não repara não.
Eu não sei, porque as pessoas se escondem tanto? Porque sentir é tão feio? Sim, eu acho legal ser a mulher independente, mas tem gente que acha legal pegar e não se apegar... Mas não acho legal de verdade. Legal de verdade é achar alguém pra dividir a vida, alguém que você admire de verdade, que tenha um sorrisão no rosto de ver chegando lá de longe. E pra que fingir isso?
Admirar alguém é tão difícil. E de repente eu conheci pessoas admiráveis, que me mostraram: não, não está tudo perdido! O mundo tem salvação. Os homens não precisam ser boçais preocupados com seus músculos e as mulheres não precisam ser boçais preocupadas com suas bundas. Não é a sua bunda que faz alguém se apaixonar!
Como diz a Carol, minha amiga linda, sendo assim o máximo que a gente consegue, se tudo der certo, é ser uma pessoa fria e sem sentimentos. Se tudo der certo.
E eu venho sentindo tanto amor. Pelo mundo. Por mim. Me apaixono por um cara a cada meia hora. Porque finalmente conheço caras dignos de se apaixonar. Porque eu não preciso querer beijá-los, mas eu quero conhecê-los. Estou falando dos meninos que trabalharam comigo no Um Teto Para o Meu País. Pessoas que estão ali pra fazer alguma coisa pra alguém. Chega de tanto umbigo.
Eu não sinto vergonha de falar dos meus amores e de sentir os meus amores. Porque eles são todos dignos de admiraçao.