sábado, 27 de setembro de 2008

About Us (Lígia)




28/09/08 - Festival About Us (São Paulo - SP)




Eba, eba eba! Porque amanhã tem show, e a gente vai ouvir Seu Jorge, e a gente vai ouvir pela primeira vez a Vanessa da Mata e o Ben cantarem juntos a música que marcou dias tão felizes na praia, e porque eu vou estar cercada de pessoas que gosto e que me fazem bem, porque vai ser um dia inteiro no sol, porque eu já tô terminando projeto, porque faz um bilhão de anos que não posto nada aqui, porque eu decidi viver um dia após o outro até o ano que vem chegar cheio de novos planos e novas dificuldades, porque eu comprei uma mochila da Adidas (hahahaha tava na hora né? Não vou precisar mais carregar a mochila como um bebê), porque andar de onibus a noite pela cidade me trás uma sensação boa e me aquieta o peito, porque eu ouvi Bob Dylan a tarde toda e vou me entupir de pipoca logo mais, porque os meus sonhos andam mais bizarros que o de costume (e isso quer dizer muita coisa), porque se o Ben não tocar Sexual Healing amanhã a Dani vai ter um treco (cááááárma Chu), porque eu me encanto cada vez mais por coisas que já me ganharam faz tempo e eu adoro isso, porque eu ainda consigo me surpreender com Beatles, porque a gente conseguiu fazer a rampa com 8% de inclinação, perchè io sono felice quando la professoressa manca una lessione d'italiano e perchè mi piace la lasagna, porque eu to sentindo tudo girar e brilhar!




Nada brilha mais do que a sua alma!

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Feliz primavera pra você (Dani)

Eu poderia ter me escondido. Ter ido pra casa ou não ter saído dela. Minha cama foi aconchegante até que minha vontade de encarar o mundo de frente me jogou pra fora e disse: vai menina, ser gauche na vida..hehehe... tá, não tenho o direito de usar isso...

Mas eu poderia também ter ficado de mal humor. Ou ter chorado, seria facilmente "entendível". Ter brigado com todo mundo. Ter gritado com alguém. Ter ligado e jogado fora todas as minhas mágoas. Ter dito: cresce, por favor, e me deixa crescer em paz.
Mas não senti vontade. Eu poderia, mas não quis. E sabe Deus por quê, porque eu não sei. Eu tinha motivos, mas eu não gosto de me aproveitar deles. Gosto de chorar em dias aleatórios, em dias nada com nada. Não choro em Finados, não me abalo em Finados porque tenho a obrigação de me abalar. Sempre foi um feriado feliz e vai continuar sendo.
Eu preferi meus amigos. Eu escolhi dar risada e produzir alguma coisa ao lado deles. Eu resolvi ouvir o que os outros têm a dizer. Eu resolvi adotar uma criança antes dos meus 30 anos.
A primavera taí e a escolha é sua. Faça o que quiser com ela.
Feliz aniversário, mãe. Te amo.

domingo, 21 de setembro de 2008

Clarice, isso sim nutre (Dani)

"Existe um ser que mora dentro de mim como se fosse casa dele, e é. Trata-se de um cavalo preto e lustroso que apesar de inteiramente selvagem - pois nunca morou antes em ninguem nem jamais lhe puseram rédeas nem sela - apesar de inteiramente selvagem tem por isso mesmo uma docura primeira de quem nao tem medo..."


"Amanheci em cólera. Não, não, o mundo não me agrada. A maioria das pessoas estão mortas e não sabem, ou estão vivas com charlatanismo. E o amor, em vez de dar, exige. E quem gosta de nós quer que sejamos alguma coisa de que eles precisam. Mentir dá remorso. E não mentir é um dom que o mundo não merece..."

"Nada posso fazer: parece que há em mim um lado infantil que não cresce jamais..."

" Mas é que a verdade nunca me fez sentido.A verdade não me faz sentido! É por isso que eu a temia e a temo. Desamparada, eu te entrego tudo - para que faças disso uma coisa alegre. Por te falar eu te assustarei e te perderei? Mas se eu não falar eu me perderei, e por me perder eu te perderia."

"Gosto do modo carinhoso do inacabado, do malfeito, daquilo que desajeitadamente tenta um pequeno vôo e cai sem graça no chão."

"(...) Faça com que eu tenha a coragem de me enfrentar.Faça com que eu saiba ficar com o nada e mesmo assim me sentir como se estivesse plena de tudo. Receba em teus braçoso meu pecado de pensar."

"Sou assombrada pelos meus fantasmas, pelo que é mítico e fantástico - a vida é sobrenatural. E eu caminho em corda bamba até o limite de meu sonho. As vísceras torturadas pela voluptuosidade me guiam, fúria dos impulsos. Antes de me organizar, tenho que me desorganizar internamente. Para experimentar o primeiro e passageiro estado primário de liberdade. Da liberdade de errar, cair e levantar-me."

"Sou o que quero ser, porque possuo apenas uma vida e nela só tenho uma chance de fazer o que quero.Tenho felicidade o bastante para fazê-la doce; dificuldades para fazê-la forte; tristeza para fazê-la humana e esperança suficiente para fazê-la feliz. As pessoas mais felizes não tem as melhores coisas, elas sabem fazer o melhor das oportunidades que aparecem em seus caminhos."

" Tudo tem que ser bem de leve para eu não me assustar e não assustar os que amo. Pedem-me pouco, pedem-me quase nada.O terrível é que eu tenho muito para dar e tenho que engolir esse muito e ainda por cima dizer com delicadeza : obrigada por receberem de mim um pouquinho de mim."

"Me deram um nome e me alienaram de mim."

"É curioso como não sei dizer quem sou. Quer dizer, sei-o bem, mas não posso dizer. Sobretudo tenho medo de dizer porque no momento em que tento falar não só não exprimo o que sinto como o que sinto se transforma lentamente no que eu digo."

"Um domingo de tarde sozinha em casa dobrei-me em dois para a frente - como em dores de parto - e vi que a menina em mim estava morrendo. Nunca esquecerei esse domingo. Para cicatrizar levou dias. E eis-me aqui. Dura, silenciosa e heróica. Sem menina dentro de mim."

"Se não há coragem, que não se entre. Que se espere o resto da escuridão diante do silêncio, só os pés molhados pela espuma de algo que se espraia de dentro de nós. Que se espere. Um insolúvel pelo outro. Um ao lado do outro, duas coisas que não se vêem na escuridão. Que se espere. Não o fim do silêncio, mas o auxílio bendito de um terceiro elemento, a luz da aurora."

"É como se eu tivesse perdido uma terceira perna que até então me impossibilitava de andar, mas que fazia de mim um tripé estável.Sei que é somente com duas pernas é que posso andar. Mas, a ausência inútil da terceira perna me faz falta e me assusta, era ela que fazia de mim uma coisa encontrável em mim mesma, e sem sequer precisar me procurar. Estou desorganizada porque perdi o que não precisava? Não sei o que fazer da aterradora liberdade que pode me destruir. Havia aquela coisa latejante a que eu estava tão habituada que pensava que latejar era ser uma pessoa".

" Não tenho tempo pra mais nada, ser feliz me consome muito"

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Blue Monday (Dani)

E o banho tornou-se mais gostoso de repente. Não só pelo chuveiro novo, mas também graças a ele... Banho demorado, gritando Oasis até alguém reclamar... E passar creme ouvindo Beatles, she's got a ticket to riiiiiiide. But I care. Today I care.
Secar o cabelo, sem lembro mais se era Beatles ainda ou se era só na minha cabeça. Você escolhe sua vida eu escolho a minha. Desculpa o egoísmo, tenho muitas coisas que já me mataram um milhão de vezes. E eu não quero morrer de novo. Eu tô gostando da vida assim, coloridinha.
A atraentolandia é um país muito vasto, eu acabei de dizer. Voce mora nele??? Eu espero que sim. Eu quero me mudar pra lá.
Na vida você tem as vezes tem chance de voltar atrás, as vezes não. Eu fiz uma única promessa na vida, e não quero voltar atrás. Mesmo se eu quisesse, já fiz. E a primavera tá chegando, e a primavera me lembra minha promessa. Flores e borboletas, eu tenho os dois tatuados. Eu nunca vou esquecer.
Eu ouvi tanto Blue Monday ontem... Mas com o Nouvelle Vague cantando. Adoro. Tudo fica mais suave e bonito com Nouvelle Vague. Hoje tem festa, e não tá chovendo. Nem lá fora nem aqui dentro.
Canta um pouco você também. Eu tive que aprender a andar sozinha, mas não sei cantar sozinha. Então vem cantar comigo, eu me esforço pra cantar melhor... Eu não aguento ficar quieta.

sábado, 13 de setembro de 2008

Enquanto eu ouço Amy (Dani)

E assim eu me despeço de você. Sem grandes dramas, sem choro, sem alarde. Você me deu nostalgia esses dias porque eu vi um por do sol maravilhoso. E eu sabia que ele não fazia diferença pra você. Poucas coisas fazem diferença pra você. Você não chora, eu também não. Aprendi, me acostumei. E cansei.
E me despedi de você. Dessa mania bizarra de querer o que não existe, de sonhar sozinha. Sonhos não foram feitos nunca por um só, e eu escrevi esse texto antes de assistir Into the Wild. Chega dessa mania de rir das próprias desgraças, adeus mania. Quero rir de coisas felizes de verdade, quero jogar taco na grama apesar de não ter mais dez anos.
Lembra quando eu tinha treze anos e dava vergonha de ir brincar na praia porque eu queria impressionar o menino da rua? E ele também queria me impressionar e acabavam os dois brincando de pega pega descalços. E se escondendo juntos da minha mãe. E fugindo juntos de bicicleta. E brincar era só brincar, sem ser perverso.
Chega de acordar sabendo como o dia vai terminar, E do telefone tocar e eu saber exatamente quem é, porque odeio esses ciclos malditos de coisas que querem voltar se você não dá um basta, ou desliga na cara, ou não responde. E chega de joguinhos perversos disfarçados de conversas simpáticas.
Tardes de açaí. Tardes de tintas e pincéis. Corrida com amigos novos e nem tão novos. Projeto e risadas. Programas de gordinha tensa. Assistir seriados até dormir. Busca tranquila por proposito. O que quero.. sei lá. Mas se eu achar agora, o que mais vou buscar?
Tchau preguiça absurda de ser feliz. De encontrar afinal gente feliz. Do medo. Como se eu não merecesse, como se eu ainda pagasse. Me despeço muito de você. Todo mundo é igual, no fim das contas. E meu horóscopo dizia que esse é o mês da limpeza.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

E pra onde a gente tá indo? (Dani)

Acabei de ler um livro sobre o Lelé. E agora minha cabecinha fervilhante tá cheia de fervilhinhas. Usei dois diminutivos, parei. A grande questão é que não faz sentido fazer arquitetura por fazer. Não faz sentido, aliás, fazer nada por fazer, óbvio. Mas a arquitetura PEDE que você responda às pressões e questões de uma época.
Aí eu parei pra pensar. Com a guerra, com a industrialização, houve essa necessidade do pré-fabricado, do rápido, de agilizar o transporte e a construção em si. O barateamento também, claro. Mas a arquitetura foi atrás de um jeito de englobar tudo isso, e muita coisa bonita foi criada. Tô fanzaça do Lelé, puta cara simples que respondeu ao que precisava ser feito e é absurdamente simples.
Voltando às minhas caraminholas, qual a NOSSA função, essa geração que está se formando agora? Temos, claro, a boa e velha e tão discutida questão da sustentabilidade. Pra ir atrás disso, fui nos seminários que a FAUUSP está oferecendo essa semana, o NUTAU. São palestras e debates discutindo a sustentabilidade não só no âmbito do edifício, mas também das cidades. E sustentabilidade esbarra em coisas simples, que foram muitas vezes esquecidas por muitos arquitetos. Questões com insolação, ventilação, uso do que já está aí, feito pela natureza. Não é certo pensar em sustentabilidade só como novas tecnologias. Temos como ferramenta também o "velho".
Mas e os sistemas construtivos? Como a nossa geração está respondendo a eles? Nesse mesmo seminário, alunos de iniciação científica, mestrados e etc mostraram seus trabalhos de pesquisa buscando novas alternativas para responder não só à sustentabilidade mas também à uma arquitetura voltada para nosso clima, nossa cultura. Acho que já chega de cópia não?
Mas de qualquer forma, eu ainda tenho dúvidas, porque sou uma pata mesmo. Pra onde estamos indo? Ainda é o concreto armado? Não é mais? O que é? Esse é o meu alvo de pesquisa agora. Outra coisa: o que afinal de contas nós estamos propondo? Que soluções construtivas, que inovações? Eu não quero pegar quatro paredes e tacar coisas dentro, não é isso que é fazer arquitetura. Bom, momento de vida perdida de novo, mas pelo menos buscando respostas pra perguntas que eu já defini. Quem tiver alguma resposta por favor me ajude.