domingo, 14 de agosto de 2011

abertura (dani)

esse começo, essa solidão. na verdade um certo medo dos caminhos que a gente trilha quando resolve olhar pra si, porque nunca foi fácil e porque seria agora? essa expressão que mais parece um vômito, um gorfo que a gente se acostuma a engolir outra vez. e que as vezes sai a força, dando um certo susto e uma sensação de dúvida: o que raios eu guardo dentro de mim?
o embate, o medo. a vergonha de ter sua visão e intimidade expostos assim. você nem me conhece, será que vai me entender? eu me faço entender?
deveria?
somos todos um bando de bêbados vagando e cuspindo nas ruas por puro transbordamento e tédio e fastidio. estamos todos fatigados,cansados, aborrecidos, subaproveitados, enquanto trabalhamos 10 horas por dia. porque aqui a terra nunca treme? porque aqui nada acontece? porque aqi a gente cansa e esperar e vai embora? porque a gente chama por alguém que nunca vem? e porque a gente vai?
o sino toca e parece sempre algo estranho, fúnebre. você não deveria estar aqui, olha seu combate. seu descanso. eu não quero descansar, mas meu corpo dói. e as pessoas morrem de infarto. e seguem vivendo porque amanhã é dia de entrega. e é sempre uma nova entrega. e no fim, quem nunca se entrega é a gente. porque dormir no sofá de cansaço, a gente não deveria permitir certas coisas. coragem, querida, coragem. de sentir o que já não se percebe que sente, e mostrar ao mundo que é importante ser lembrado.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Damnesia (Lígia)

Tenho escutado muito o álbum novo do Alkaline Trio e, por alguma razão maluca que a minha cabeça inventou, pensado muito em você.
Hoje lembrei da piada do cara ser alemão, e como isso é tão você! Você é tão besta!
Mas foi tão estranho te ver.
Eu achei que tava tudo bem, mas na hora que eu vi você eu percebi que estava chateada. Foi tão estranho sentir a gente tão frio e distante, pensar quanta intimidade a gente já teve.
Ontem lembrei da sensação surpreendente que eu tive de me sentir muito bonita em cada parte do meu corpo que você tocava.
Fiquei pensando como eu ria muito quando você tava presente no meu dia-a-dia. O quanto a gente se divertiu junto.
Sinto falta de você na minha vida. Mas eu sei que não vou fazer nada a respeito.
O jeito como a gente se afastou me deixou chateada mesmo, como você não quis ouvir o que eu tinha pra dizer, eu realmente senti que a minha amizade não era importante pra você. Talvez a gente nunca tenha sido amigo, e isso foi uma invenção da minha cabeça (apesar da lembrança do dia que a gente dividiu uma torre de chopp e eu decidi dar um passo a mais teimar em me dizer o contrário).
A verdade é que nesse meu jeito meio torto do "não consigo me envolver" eu sempre acabo me envolvendo, porque quando a gente se mostra assim, quando a gente se abre de verdade, a gente acaba criando um laço, uma ligação. E eu realmente me mostrei, sinceramente. Acho que meu forte nunca foi conseguir manter uma relação superficial ou casual.
Sem contar que nós somos parecidos, temos algumas visões de mundo muito semelhantes e eu gosto de ter pessoas como você na minha vida. Apesar da gente discordar bastante, as nossas conversas sempre foram interessantes sem serem pretensiosas.
Pensando agora, foi um bom verão, e muito provavelmente vão ser só boas lembranças. Até que algum dia a gente se esbarre de novo pela Augusta.