quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Móveis Coloniais de Acaju (Dani)


Eu só queria dizer que eu adoro o fato de não conseguir expressar tudo o que venho sentindo e por isso tenho dançado tanto. Adoro o fato de dançar da forma que me vem a cabeça, fazendo simplesmente o que meu corpo pede e sem pensar nisso.

Só queria dizer que o show foi sensacional. Me acabei na música que aquela cara láááá atrás me mostrou e foi estranho me acabar sem ter pensado nele. É estranha essa minha nova mania de não conseguir tirar o sorriso do rosto enquanto danço.

Só queria dizer que tenho feito muitos amigos momentâneos. Pessoas simpáticas no show, no ônibus, na balada, tem se aproximado de mim. Trocamos conversas, trocamos sorrisos e as vezes eu ganho até uma caroninha esperta até o P1.

Queria dizer também que você ter entrado pela milésima vez na minha vida faz sentido pela milésima vez. Cada beijo teu é uma viagem prum lugar bem bonito onde o tempo para por umas 15 horas.

Se eu fosse uma casa, seria amarela, queria dizer também. E as janelas já estariam naturalmente abertas e seria quase sempre sol. Você pode ser a visita no fim de tarde ensolarado de setembro.

Queria dizer que não consigo ter raiva de você por muito tempo, pai. Que suas piadinhas e nossas conversas toscas no carro são sempre mais fortes que o mal humor que só você consegue me deixar.

Queria dizer tantas coisas que fica tudo meio solto. Aí eu aproveito e danço.

Strawberry Swing (Lígia)



Só pra relembrar o quanto é incrível se apaixonar por pensamentos e conversas.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Push Your Luck (Dani)



Ontem nós, as chubas, e mais vários amigos fomos no show do Kevin Johansen no Sesc Pompeia. Pense num show delícia. Primeiro por estar ali no Sesc feito pela querida Lina Bobardi (arquiteta que fez também o MASP). Debaixo daquelas tesouras que sustentam o telhado, do galpão que guarda toda a sensação de família e de intimidade ao mesmo tempo.

Além disso, o Sesc tem porções lindas de batata frita por 4 reais!!!

Mas o show. Eu já tinha ouvido Kevin Johansen no escritório e também porque ele e o Jorge Drexler são brotherzaços. Mas estar ali vendo o cara cantar foi sensacional! O primeiro de uma sequencia de três shows (vem aí Moveis Coloniais de Acaju na USP, além do Coldplay, claro).

Ele tem uma leveza e um charme pra cantar que faz você curtis muito o show inteiro. Além das piadinhas e das histórias que ele conta. Você sente que ele curte muito o que está fazendo, ele sorri o tempo todo! Quando ele toca xilofone então, surge um sorriso de criança no rosto! Todo mundo estava dançando, muito gostoso! Desafio qualquer um a ouvir "Guacamole" e não balançar os ombros!

Mais músicas que eu adoro (ainda não conheço o suficiente, mas vá lá): "Desde que te perdí", "Oops", "No voy a ser", "Buenos Aires anti-social club", "Daisy" (engraçadissíma), "Go On", "El Círculo" (já tenho planos pra essa antes de ir viajar hohoho)

É isso tchurma!

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Coisa bonita (Dani)



Essa foto mexe demais comigo!

(weheartit)

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

2007/2010 (Dani)

Você disse que eu transmito leveza. Foi bom ouvir, depois de tanto tempo, depois de tanta confusão. Me senti pegando algo frágil e fortalecendo, passando uma camadinha a mais de confiança, de cumplicidade.

O Chile tá perto e te assustou. Eu também me assusto, mas sempre sorrio, afinal quero tanto isso. Esse é o meu plano, essa sou eu. Vejo amigos casando, morando junto, estabelecendo lares, tendo filhos. Desejo mais que tudo a felicidade deles!

Eu sei que estou onde deveria, do jeito que sempre quis. Meus filhos são minhas tatuagens, meu ipod e meu lap. Meus únicos bens, judiera. Minha casa ainda é a casa da vovó. Meu lar tem espaço na casa do meu pai. Eu não sei o que quero da vida, e me orgulho muito de ser assim! Procurando, curiosa. Casar, por enquanto, só com a arquitetura. Acho que nem com ela, ainda estamos nos conhecendo!

Cada viagem é uma vida, uma lição, um mundo pequenino que se mostra. Outras línguas, outros sotaques, outras pessoas, outros modos de ver a vida. Eu gosto disso, gosto de sentir saudade de casa, do arroz e feijão. Gosto de ficar longe e ver sorrisos quando volto. Gosto de conhecer sorrisos quando vou.

E gostei de você hoje. Não porque quero me sentir especial, mas por ter como sempre sido só eu. Sem disfarces. Gostei de não existir um único abraço fingido na nossa história. Gostei de te olhar nos olhos e ir pra casa sem rancores. Gostei de ter chorado e tirado tudo de mim. Gostei de não ser mais a pessoa que te atrasa, mas aquela que dá um tapa na bunda e fala: "vai logo que você está atrasado".

Cheguei na Paulista querendo tomar um vento na cara, cheguei em casa querendo ioga, querendo um pouco de concentração e respiração tranquila. Reverência, calma. Você, no auge da sua leveza, me chamou de leve. Me ofereceu confiança, dar sempre uma chance ao novo, não pôr rótulos. Eu sou uma pessoa nova, você também. Talvez eu te ligue pra falar boa noite. Talvez não. Mesmo que ninguém entenda nada, eu precisava vir aqui escrever.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

A cara feia (Dani)

Ela olhou pra mim. Com aquela cara feia, carrancuda. Com aquele olhar cínico, maroto. Com aquela cara de "você não vai conseguir". Eu que sempre voltei sorrindo, voando, flutuando, voltei pesada, amarrada, sofrida.

Não adiantava bar, não adiantava cerveja. Não adiantava amigos, de fora ou de longe. A cara dela não saía de perto de mim. Pela primeira vez foi ruim. Pela primeira vez eu olhei pro que ainda falta, e não pro que já foi. Olhei pro feio e foi tudo ficando ainda mais feio.

Nessa semana eu vi tudo de feio. Todos os comportamentos ruins. E nessa semana eu escrevi que "não quero ver coisas bonitas, eu quero deixar de ver as feias". E era verdade. E pra me livrar disso, acho que me enfiei no mais feio ainda. No terrível. Na cidade destruída. Pelo menos ela é justa, eu ouvi.

Justa ou não, aquela tragédia me deu ar. Porque junto com ela vieram pessoas, sentimentos e sensações. Família. Trabalho. Sentido.

Desde então, a cara feia da pobreza continua tentando. Mas não tem me assustado mais.

2 de fevereiro de azul e branco (Lígia)

Uma flor pra Dani, que sempre me falou de Iemanjá, pra ela que gosta tanto do mar, que é filha dessas suas águas, uma flor, agradeço e peço benção por ela.
Uma flor pro Rafa, pra ele que me contou que eu estaria aqui, em Salvador no dia de Iemanjá, na sua terra, no seu dia, que me fez saber que eu fui abençoada desse jeito, agradeço e peço benção por ele.
Uma flor pra minha mãe, porque sem ela eu jamais estaria aqui, ela que sempre me incentivou a abrir a cabeça e me permitir ser tocada por qualquer fé ou religião, ela que me ensinou a respeitar e ver a beleza de todos os rituais e mitos, ela que me faz ser assim, isso que me faz achar tão bonito e emocionante tudo aquilo que me eleva e me faz entrar em contato comigo mesma. Ela que me ensinou a me emocionar sempre, e ver espiritualidade em tudo, uma flor pra minha mãe, pra Sônia, agradeço e peço benção por ela.
E uma flor pra mim, que fiquei tão feliz quando soube que estaria aqui no seu dia, quando soube que sentiria nessa terra abençoada a força de mil anos.
Agradeço e peço benção.

Odoiá, rainha do mar.