terça-feira, 30 de dezembro de 2008

"A busca pelo adolescente levado pela enxurrada continua" (Lígia)

Olhe pra você, meu bem
Você se acorrenta na grande tristeza da humanidade
Sufocado por motivações egoístas e mesquinhas
Tão acorrentado em si mesmo, meu bem.

A corrente te segura em um pulso
E o outro lado te prende o tornozelo
Nada te segura senão você
Acorde, por favor, apenas acorde.



Pessoas reias, conversas reais, momentos reais, sentimentos reais. É tudo que eu quero de 2009.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

E mais listas! (Dani)

2008 foi o ano de:
Temaki
Descobrir a arquitetura
Redescobrir o urbanismo
Led Zeppelin (antes tarde do que nunca)
Trabalhar
Foo Fighters
Dave Matthews
Jimi Hendrix
PS I Love You
Comer rezar amar
Equador
Um teto para o meu país
Florianópolis
Argentina
Chile
Bolívia
Deserto
Música ao vivo
Deixar ir embora
Ubatuba
Itanhaém
Iniciação Científica
Ser aleatória
Amor Fati
Tatoo nova (Uhu)
Malu
Pontos finais
Atlética
Nietzsche
Starbucks
Manacá
Cepê

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

E lá vem listas! (Dani)

Tá, fim de ano não é fim de ano sem listas e mais listas. Vamos a elas:



A maior conquista de 2008: aprender a ficar sozinha.
Meta para 2009:
me preocupar menos.

  • Eu quero cuidar mais do corpo. Voltar a malhar, não me esquecer porque chegou a época de provas.
  • Continuar desenhando. Mesmo que eu tenha vergonha e ninguém nunca veja.

  • Ir pra praia uma vez pr mês, pelo menos.

  • Juntar dinheiro. Não posso vacilar pro meu intercâmbio.

  • Sair pra fotografar. Isso realmente me anima.

  • Dançar, dançar, dançar.

  • Assinar uma revista boa de arquitetura. Falar mais sobre isso, sem a pressão da nota de projeto.

  • Fazer da ioga um hábito, não um hobbie de férias.

  • Participar mais da vidinha cuti-cuti da Malu. Desde que ela chorou por minha causa porque não me viu indo pro provador, tudo mudou entre nós!

Eu estou feliz porque:
  • Me afastei de tudo que fazia mal.

  • Me afastei de todos a quem eu fazia mal.

  • Superei finalmente uma história difícil. (ou quatro)

  • Me senti amada, respeitada e querida.

  • Deixei meu cabelo crescer.

  • Trabalhei de verdade.

  • Saí do previsível muitas vezes.

  • Conheci o deserto, num mochilão.

  • Trabalhei em outra cidade, meio que de mentirinha.

  • Entrei na água de madrugada, de roupa, depois de trabalhar até as 3 da manhã.

  • Fiz alguns amigos que eu sei que são pra vida toda.

  • Fui de pijama pra praia.

Ainda não é verão (Dani)


Uma da manhã, terça antes de Natal. Aqui to eu, de pijaminha, dente inflamado e chazinho de flores silvestres, sem nada pra fazer! Então aqui vamos nós!

Tá passando Simpsons na tv mas já assisti esse episódio... Cadê o sol? Cadê o verão??? Foi a pergunta que me fiz o dia todo... Ontem peguei aquela tempestade absurda que caiu sobre São Paulo e a única coisa boa foi ter passado a tarde com a minha irmã! Mas foi muito azar reunido, nada do que a gente fez deu certo!!! Mas tudo bem, pra mim foi legal do mesmo jeito!

Resolvi fazer duas tatuagens novas antes de ir viajar (Floripa!!!). Uma é o símbolo da simplicidade do I-Ching (ou me xingue, como diz o Rafa). A outra é o símbolo do mantra Om.

Resolvi, junto com a minha chubinha, tatuar o símbolo da simplicidade porque já vivenciei como viver (tá, ficou estranho, mas ok) a vida de um modo simples é sensacional. Quando eu e ela estávamos em Floripa (sempre ela), dois anos atrás, aconteceram coisas, conhecemos pessoas e vivemos de uma forma que mostrou que algo aqui está errado. Essa pressa, esse eterno reclamar de todo mundo, a falta de tempo e de sorrisos, a pressão por ser perfeito e independente, tudo vindo junto de uma forma ruim... Calma lá! Pára tudo! Mas é difícil parar o trem quando você nem sabe que tá dentro dele. Semana que vem eu tô indo pra lá de novo, e já sei que vou encontrar aquela explosão de vida que é esse amigo australiano queridíssimo, e já sei também que toda a sensação boa de "vamos alugar um trailer e viver a vida" vai voltar. Tem pessoas que são assim, te fazem querer ser hippie hehehe. Eu só quero descobrir um jeito de ser hippie sendo arquiteta, paulistana, uspiana, filha, neta e irmã.

A outra tatuagem é por causa de um fato estranho que me aconteceu semana passada... Um dia, sem mais nem menos, comecei a fazer ioga as tres da manhã. Eu sou assim mesmo, noturna... Mas a questão é que a sequência termina sempre com a meditação, e convenhamos que esse é um ótimo horario para meditar. Calmo, tranquilo, silencioso... Sei lá, num determinado momento eu simplesmente senti que o mundo não era feito pra tantas preocupações, pra tanto problema, pra tanto estresse que a gente mesmo poe na cabeça. Calma, é só viver, é só deixar levar. Escrevendo e falando pras pessoas não faz muito sentido e parece que perde a força, mas foi uma certeza tão absoluta que eu não quero perder isso. Não que eu tenha vivido uma "revelação", uma "cura", uma "visão de deus", nada disso. Só sei que por um momento eu tive certeza que não adianta sofrer tanto por tudo... É, não consigo explicar. Foi só uma paz absurda, uma certeza que tudo acaba bem no final e uma vontade de rir de tanto que eu me preocupei com as coisas esses últimos meses!!!

Continuando minhas férias, hoje comprei a Magali pra minha irmãzinha, a Malu. Gente, que delícia comprar brinquedo pra criança... É meio estranho, confesso, porque eu ainda entro na loja e tenho vontade de levar umas Barbies, ou o Bart novo (quase levei), ou o novo War. Mas é uma sensação boa sair da loja com aquela caixa grandona embrulhada pra Natal e mesmo que ela ainda não entenda muito, quero que ela saiba que Natal=legal! Criança merece isso.

Pintei o cabelo, caso alguém ainda não saiba... To morena (mais)!!! Tava em dúvida quando um amigo falou: você faz arquitetura, pode mudar qualquer coisa! haha Achei engraçado, saí, comprei a tinta e pintei! Foi delícia, libertador. Incrível o poder que eu tenho de me libertar com pouco...

A Kat disse uma vez que só gostava de chá de flores silvestres quando era criança, porque eles eram coloridos. Agora não gosta mais. Eu sou o contrário. Quando eu era criança, morava no interior e só tomava chá de camomila ou de erva cidreira, que tinha no quintal de casa. Delícia. Aí só agora descobri os chás coloridos e me divirto com eles, tô na terceira xícara. Mas na hora da doença, ainda apelo pra hortinha da vovó!

Comprei um monte de coisas de praia já! Calça nova, biquíni novo, protetor solar, saída de praia! Só falta comprar a passagem, coisa que vou fazer amanha de manhã... Já dá uma vontade da semana passar mais rápido!


Hoje foi um post/diário! hahaha Bom, acho melhor ir pros Simpsons... Beijo!!! E Feliz Natal!!!!

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Nos cadernos perdidos da Fau (Dani)

Eu reli tudo que já escrvei, todas as cartas que já fiz e não mandei, todas as músicas que ouvi centenas de vezes. Recolhi todas as lágrimas que derrubei no travesseiro e no banheiro. Refiz minha maquiagem, procurando meus olhos inchados. E sorri me olhando no espelho.
Sentei na cama decidida, ia chorar. Sentei. Esperei, até me esforcei um pouco, mas não consegui. Levantei e fiquei parada, olhando pra parede, sem saber se saía do quarto ou ficava lá. Olhei com um desespero contido pra minha cômoda e não sabia se meu pedido ainda fazia sentido. Eu nem sei mais tudo o que pedi.
Escondi meus olhos atrás dos óculos e sorri pro cobrador do ônibus. Hoje eu saí de cabelo preso e sem batom. Hoje eu não tenho o que pedir.
Voltei e dormi e meu telefone tocou e tudo fez mais sentido. Voltei pra casa e não queria mais dormir, é só mais uma noite, já vai passar.
Eu já me enchi, já me transbordei e cada vez que eu pensei esvaziar eu só fazia transbordar mais. E todas as noites de repente fizeram sentido de novo, mas eu tive que voltar e não pude dormir, e quando eu vi já tinha jantado nos mesmos lugares de sempre e visto as mesmas pessoas de sempre.
Um dia eu vi o mundo de cima e as pessoas não eram as de sempre e eu não estava mais sozinha. Eu sorria pro mundo e o preço que ele cobrou foi muito baixo. Eu não me importo de entrar no ônibus errado e descer, eu só quero chegar salva em casa, eu sempre chego salva mas acho que nunca chego sã.
Eu fui sincera como poucas vezesfui e como poucas pessoas são. E perdi o medo de tomar tapa, ninguém tem absolutamente nada a perder. Eu perdi o medo de quase tudo, a chance é sempre um pra seis bilhões, eu já expliquei isso. Mas eu ainda tenho medo de falar tchau. E não tenho mais medo de falar oi. Oooooi, vida. Eu te escalo até ver a vista mais bonita que eu posso ver.
Say goodbye, diz a música. Talvez seja isso.


PS: Escrevi isso sabe Deus quando. Se não faz sentido pra vc, acredite, não faz mto pra mim tb. Mas tá aí mesmo assim.

sábado, 13 de dezembro de 2008

Estar ali (Dani)

Ontem foi um dia muito mais aleatório do que eu imaginei. Quando eu achei que o combo do post anterior já era suficiente, me vem uma baladinha pra comemorar o final do semestre com a galera. Ok, vamos lá. Eu estava a fim mesmo de sair, beber umas cervejas, dar risada e ver gente. Coloquei meu casaquinho vermelho e meu all star verde, afinal era uma breja na paulista, nada demais. Ok.
Delícia. Meus amigos lá, não todos, mas o suficiente pra mesa ficar gostosa e você trocar, finalmente, uma idéia sem a neura da faculdade. Férias! Finalizando bem o primeiro dia! Vamos pra uma balada na Augusta? Vamos. E aí sim a coisa começou a ser aleatooooria.
Eu acho a rua Augusta uma das ruas mais fascinantes de São Paulo. Tem uma vida, uma diversidade, uma sensualidade que eu não consigo ver em outros lugares. Mas eu não costumo sair muito lá, e ontem fui. Uma balada meio aleatoria, nao. A balada mais aleatoria de todos os tempos. Mas como eu não conhecia absolutamente ninguém além dos meus amigos que já conheço há anos, tudo bem. Dancei que nem uma louca, levantei os braços, exorcizei todos os demoninhos que ficavam enchendo o saco aqui.
E tinha uma moça que me deu uma lição ontem. Era uma moça muito bonita, que tava pegando outra não tão bonita. Mas não é isso que importa, afinal de contas cada um pega quem quiser. A questão é que a moça tinha uma coisa que, durante minhas conversas com Deus, eu pedi muito essa semana. Ela estava ali. de fato. De corpo e alma. Eu achei isso tão bonito, mas tãaaao bonito, que pedi de novo a Deus pra estar sempre ali, seja onde eu estivesse.
Não, eu não curto mulher, mas olhei muito tempo pra ela. Queria ver de onde vinha tanta presença. Do dread solitário que ela usava? Não. Do terceiro olho? Não. Mas ela era mais mulher que qualquer uma ali, isso com certeza. Dançava sozinha ou com os amigos, tanto fazia pra ela. Uma puta presença. Talvez eu não saiba nunca dizer de onde vinha, mas tanto faz.
Estar presente é talvez a coisa mais difícil do mundo. Estar sempre presente, estar sempre ali... E é maravilhoso! É bonito, é verdadeiro, e é minha meta de Ano-Novo!

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Minha bolsa de vaquinha (Dani)

Quinta eu comprei minha bolsa de vaquinha. Brega. Ela é brega, eu juro que sei. E outra, eu não compro bolsas de vaquinhas, de sapinhos, de qualquer bicho dito fofinho por aí. Mas não sei, olhei pra ela e me apaixonei. Linda! Minha bolsa é linda! Eu fico feliz de colocá-la no ombro e sair, hehe. Sem contar que ela é grande, eu tenho motivo e justificativa o suficiente pra por meu mundo ali e não ter problemas.
Isso não quer dizer que eu tenha abandonado minha mochila. Não, não. Eu uso mochila desde os cinco anos! Seria uma traição absurda, e eu também não combino com aquelas bolsas bonitonas de couro, acho. É um jeito de lembrar que sim, até o presente momento eu gosto de jeans, all star e mochila.
Quinta eu também assisti Vicky Cristina Barcelona. Tá. Clichê. E se fosse pra ver filme clichê eu não assistia Woody Allen. Quem sou eu pra dizer, mas quer filmar em Barcelona? Chama o Almodovar pra te ajudar. Quer tirar o melhor de Penelope Cruz? Chama o Almodovar de novo. Mostrar o parque Guell? Blá. Mostrar a Sagrada Família? Blá. Essa suposta latinidade mal feita me irrita. A única coisa que o filme me deixou, e obrigada, foi a vontade de sair fotografando e desenhando.
E siiiiim, eu estou de férias!!!! Então pego minha bolsa de vaquinha/mochila e saio fotografando e desenhando!!! Ainda vou mostrar aqui, aguardem! Produção de férias! Que delícia... Eu precisava desse momento, dessa falta total de compromisso, de almoçar sushi com meu pai e vovó e depois dormir a tarde toda. Acordar e ir desenhar. Obrigada Deus.
Aliás, voltei a meditar. Existe um método muito engraçado que eu descobri ontem. Sente-se e sorria. Só isso. Concentre-se na sua respiração e no seu sorriso. Sorria até com seu fígado. É verdade! Já me dá vontade de rir só de lembrar dela. Atraia o melhor do mundo sorrindo.
Meu cabelo ta enrolando. Aliás, eu tô fazendo um esforço pra isso. Durmo de trança, só pra tirar essa cara lambida que tá me irritando. Caaaalma, escova progressiva ainda é um bem para a humanidade, mas sei lá, cansa. Eu gosto de cabelo meio bagunçado, aí ela não colabora muito. Mas ela colabora no cabelo não-totalmente-bagunçado-coitada-de-você.
Esse post tá aleatório! É que hoje, meu primeiro dia de férias, tá aleatório mesmo! Eu quero juntar coisas diferentes pra por na minha redação de férias. Eu me permiti ficar triste até ontem, então hoje é o dia de ser aleatoria pra amanha ser feliz de novo!!! Feliz e aleatória.

sábado, 6 de dezembro de 2008

Foda-se (Dani)

Foda-se tudo. Que o mundo exploda e acabe. Podia ser muito engraçado... O mundo explodir dentro de si mesmo e acabou. É isso. That's all, folks. Eu queria ter a quase maturidade da minha irmã que simplesmente atende o telefone e fala: tenho que desligar. Pronto, acabou. Sem dramas pra você hoje. Mas não. Eu sou daquelas que deita na cama e chora até dormir. Porque? Porque eu não sou lady o suficiente pra falar "acabou" e vou curtir alguma balada chata onde eu termino a noite com cheiro de cigarro? Porque?
E mais uma vez eu sou obrigada a "erguer a cabeça e ir viver a vida". Porra de coisa chata. Não quero fazer nada, não quero falar com ninguém sobre a maravilha que é viver e ter 22 anos. Foda-se tudo mesmo. Eu espero espero e espero pra saber que esperei a toa e que não adiantou nada. Então ok, que o mundo siga nesse girinho sem graça e sem cor e com todas essas mentiras e joguinhos toscos que ele tá acostumado a ter, girando. Que gire eternamente esse giro cinza, eu tô fora e quero que se foda tudo.
As férias não chegam mas ok, não ligo mais. É pra fazer esse trabalhinho meia boca onde eu não concordo com nada mas ainda não tenho moral pra discutir com professor? Ok, vamos fazer. Só quero sair de férias e ir tomar sol ouvindo Manacá sem ninguém me encher o saco.
E eu não vou mais correr atrás de ninguém. Porque eu gosto e gostar só me faz ter que pensar demais e eu não sigo mais essas historinhas que já sei o final. Eu vi um filme que me fez sentir solidão e nele o cara dizia que não tinha nascido pra viver qualquer coisa, que ele sentia e sabia que podia viver coisas extraordinarias. I can hold it, ele disse. E eu sinto a mesma coisa, então não tomo nenhuma atitude simplesmente ordinária só pra dizer que tomei alguma decisão. Eu choro e esperneio e canto até o Rento Russo ficar puto comigo seja lá onde estiver e aí pelo menos meu quarto tá limpo e eu posso ir dormir.
E eu beberia muito se isso adiantasse alguma coisa mas tô com preguiça até de beber. Foda-se os bebados e aqueles que saem cantando do bar, foda-se todo mundo. Mundo chato da porra. E eu poderia ir e xavecar todos os caras da minha agenda mas que preguiça de todos eles. Como pode tanta gente me parecer tão desinteressante? O mundo tá desinteressante hoje porque eu chorei e eu não gosto desse choro que não acaba. Qualquer frase, qualquer musica, qualquer duas batucadas na mesa faz meu choro continuar. Odeio esse choro com gosto de nada. E odeio que todos os caras que até ontem me pareciam tão interessantes e viajados e divertidos hoje me parecem simplesmente sem graça. Todos eles. Todos os homens, foda-se todos eles.
Tomara que isso tudo seja uma tpm chatinha que chega e que vai. Tomara que tudo entre nos eixos no final dessa semana. Férias finalmente. Mas até sexta, que se foda o mundo.