tag:blogger.com,1999:blog-15418611820029423272024-03-18T19:58:49.640-07:00Chubaiuba...http://www.blogger.com/profile/15905068978640419220noreply@blogger.comBlogger192125tag:blogger.com,1999:blog-1541861182002942327.post-36987495494109070942011-08-14T09:01:00.000-07:002011-08-14T09:10:22.501-07:00abertura (dani)esse começo, essa solidão. na verdade um certo medo dos caminhos que a gente trilha quando resolve olhar pra si, porque nunca foi fácil e porque seria agora? essa expressão que mais parece um vômito, um gorfo que a gente se acostuma a engolir outra vez. e que as vezes sai a força, dando um certo susto e uma sensação de dúvida: o que raios eu guardo dentro de mim?<blockquote></blockquote>o embate, o medo. a vergonha de ter sua visão e intimidade expostos assim. você nem me conhece, será que vai me entender? eu me faço entender?<blockquote></blockquote>deveria?<blockquote></blockquote>somos todos um bando de bêbados vagando e cuspindo nas ruas por puro transbordamento e tédio e fastidio. estamos todos fatigados,cansados, aborrecidos, subaproveitados, enquanto trabalhamos 10 horas por dia. porque aqui a terra nunca treme? porque aqui nada acontece? porque aqi a gente cansa e esperar e vai embora? porque a gente chama por alguém que nunca vem? e porque a gente vai?<blockquote></blockquote>o sino toca e parece sempre algo estranho, fúnebre. você não deveria estar aqui, olha seu combate. seu descanso. eu não quero descansar, mas meu corpo dói. e as pessoas morrem de infarto. e seguem vivendo porque amanhã é dia de entrega. e é sempre uma nova entrega. e no fim, quem nunca se entrega é a gente. porque dormir no sofá de cansaço, a gente não deveria permitir certas coisas. coragem, querida, coragem. de sentir o que já não se percebe que sente, e mostrar ao mundo que é importante ser lembrado....http://www.blogger.com/profile/15905068978640419220noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1541861182002942327.post-58554540006371851752011-08-04T15:54:00.001-07:002011-08-04T16:12:18.462-07:00Damnesia (Lígia)Tenho escutado muito o álbum novo do Alkaline Trio e, por alguma razão maluca que a minha cabeça inventou, pensado muito em você.<br />Hoje lembrei da piada do cara ser alemão, e como isso é tão você! Você é tão besta!<br />Mas foi tão estranho te ver.<br />Eu achei que tava tudo bem, mas na hora que eu vi você eu percebi que estava chateada. Foi tão estranho sentir a gente tão frio e distante, pensar quanta intimidade a gente já teve.<br />Ontem lembrei da sensação surpreendente que eu tive de me sentir muito bonita em cada parte do meu corpo que você tocava.<br />Fiquei pensando como eu ria muito quando você tava presente no meu dia-a-dia. O quanto a gente se divertiu junto.<br />Sinto falta de você na minha vida. Mas eu sei que não vou fazer nada a respeito.<br />O jeito como a gente se afastou me deixou chateada mesmo, como você não quis ouvir o que eu tinha pra dizer, eu realmente senti que a minha amizade não era importante pra você. Talvez a gente nunca tenha sido amigo, e isso foi uma invenção da minha cabeça (apesar da lembrança do dia que a gente dividiu uma torre de chopp e eu decidi dar um passo a mais teimar em me dizer o contrário).<br />A verdade é que nesse meu jeito meio torto do "não consigo me envolver" eu sempre acabo me envolvendo, porque quando a gente se mostra assim, quando a gente se abre de verdade, a gente acaba criando um laço, uma ligação. E eu realmente me mostrei, sinceramente. Acho que meu forte nunca foi conseguir manter uma relação superficial ou casual.<br />Sem contar que nós somos parecidos, temos algumas visões de mundo muito semelhantes e eu gosto de ter pessoas como você na minha vida. Apesar da gente discordar bastante, as nossas conversas sempre foram interessantes sem serem pretensiosas.<br />Pensando agora, foi um bom verão, e muito provavelmente vão ser só boas lembranças. Até que algum dia a gente se esbarre de novo pela Augusta....http://www.blogger.com/profile/15905068978640419220noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1541861182002942327.post-61649662219110231762011-07-16T09:05:00.000-07:002011-07-16T09:40:58.260-07:00Aos 30 (Dani)Quando eu terminei de ver esse filme bobinho da menina que acorda com 30 anos eu achei uma belezura, desliguei a tv e continuei correndo como uma louca atrás de todos os meus sonhos como se a vida fosse acabar amanhã. Aí ontem, na aula de violão, a Fernanda me pergunta: O que voce quer do violão? Eu tinha a resposta muito clara, "só quero conseguir sentar numa roda de amigos e tocar". E perguntei há quanto tempo ela era música. "Ah, eu ainda não sou música, mas até os 30 vou ser". PAAAAAM. É a primeira vez que ouço alguém da minha idade (um ano mais nova que eu até),da minha geração, do mesmo mundo caótico que eu dizendo "quando eu tiver 30 anos". Ela não disse "no final do mês quero ser música".<blockquote></blockquote>Calma. Momento do café. Pausa do respiro. E aí vai a minha carta à Daniele do ano de 2016.<blockquote></blockquote>Oi, tudo bem? Aqui sou eu em 2011. Correndo feito louca, insegura e ansiosa, querendo conquistar o mundo, sem saber qual direção tomar porque existem muitas possibilidades. Ontem eu tive um start, e espero que voce aí ainda sinta isso e viva de forma coerente, celebrando essas pequenas felicidades cotidianas. Como vai a jabuticabeira? Espero que ela esteja grande, em um vaso bonito e seja uma lembrança diária do pai num final de semana muito feliz. Sabe que eu nunca imaginei ter plantas e ser capaz de cuidar delas, será que você é melhor que eu nisso? Provavelmente sim. E o violão? Conseguiu conservá-lo lindezo como ele é hoje? Ele tem quase 20 anos no seu hoje né? Não esquece a teoria porque foi uma revelação descobrir-la numa manhã de sexta-feira. Aliás, no hoje de 2011 eu sinto uma felicidade gigantesca em ter manhãs livres para estudar, fotografar, cuidar de plantas e tocar violão. Por favor não perca todas as suas manhãs trancada num escritório ok? Será que no seu agora você está estudando piano? É uma vontade tão antiga! Não podemos nos esquecer dela! Dá até medo de perguntar, mas você aí consegue viver de fotografia? É bom saber que tenho cinco anos pra estudar e fazer de você uma fotógrafa. Sabe que até ontem eu nunca te imaginei? E agora sua forma começa a se desenhar... Eu te imagino uma mulher colorida. Do verão. Com a cabeça tranquila porque depois dos 30 vem os 40, e depois os 50, 60 e tralala. Aproveitando bares e aprendendo a cozinhar. Chamando os amigos pra comer e fazer rodinhas de violão. Viajando. De novo, com a cabeça tranquila. Antes eu pensava em fazer um mestrado com 28 anos. Você tem mais cara de que quer começar com 31. Buenos Aires? Tem a sua cara. Cartagena também (inevitável não pensar nele, hoje ou no meu 2016 =)). As fotos tiradas no México, o curso em Cuba, os festivais de música, tanta coisa você já fez! Os pratos do Juan Valdes habitam a sua casa assim como a mesinha de Embu das Artes e a cama japonesa. Alguns fins de semana na chácara, outros na praia e muitos na cidade.<br /><br />Obrigada por existir, Dani de 2016. Porque de repente você existe e me dá espaço pra mais tantas Daniele e mais tantos planos e sonhos. Você existe e começou a fazer de mim um ser humano que respira mais devagar e caminha sorrindo....http://www.blogger.com/profile/15905068978640419220noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1541861182002942327.post-42350726773063389732011-07-11T17:19:00.001-07:002011-07-11T17:19:53.583-07:00Inseto de verão (Lígia)Eu odeio essa sensação de que parece que foi tudo um sonho. Você não tem ideia a falta que faz no meu dia-a-dia. Nem eu tinha ideia de que sentiria isso! Eu não tinha percebido o quanto nos aproximamos naqueles 30 dias, o quanto ficamos cada vez mais juntos, como caminhamos lado-a-lado, como conversamos, como eu ia precisar de você aqui na “vida real” pra que eu não me esquecesse do que realmente importa.<br /><br />Que você é o meu tipo de pessoa eu nunca duvidei, quando ninguém entendia nada eu tava gargalhando por dentro, porque eu simplesmente amo o jeito que a sua cabeça funciona. Eu amo como você pensa, como você é coerente e age de acordo com o que acredita, como é tão absurdamente maduro e tão bobo ao mesmo tempo. Como me fazia rir, e ria das mesma coisas que eu, como sempre tinha uma piada leve e ingênua pra me lembrar que pessoas como você existem no mundo. Como me faz falta poder sair correndo e ficar ao seu lado quando o mundo inteiro me irrita. Poder olhar pro lado e te ver quando as pessoas agem de maneiras que eu não me sinto a vontade, e conversam de coisas importantes como se elas fossem vulgar. Pessoas que não enxergam o mundo como eu e você.<br /><br />Você é tão lindo. E você é tão vivo. E me fazia sentir tão linda e tão viva ao seu lado.<br /><br />Como eu precisava de você agora aqui. Receber um e-mail seu e saber que você tá vivendo da maneira que decidiu, que está indo tomar banho de mar, e correr, e que passou na faculdade de filosofia e que come fruta todo dia e parou de beber. Porque eu não consegui colocar tudo que eu queria em pratica na minha vida? Porque eu perdi toda a minha força? Às vezes eu nem me reconheço. E é nessa hora que eu preciso de você, nem que for só pra te olhar, e lembrar que somos parte de um grupo, e isso ser o suficiente pra eu ter certeza nas minhas vontades, e parar de sentir insegurança e ansiedade.<br /><br />Me sinto tão perdida por não conseguir entender e distinguir o que é que eu tô sentindo. Mas agora, nesse momento eu só sinto uma saudade absurda, uma vontade muito grande de tá com a mochila nas costas e você do meu lado, falando alguma besteira, conversando sobre música, rindo, rindo da minha risada, falando sobre educação libertária, sobre as suas peripécias no camping que você trabalha, tentando falar alguma palavra em português, me contando da cachorra da sua avó, falando das suas bandas, falando sobre Radiohead, falando sobre a liberdade, aquela liberdade verdadeira, a liberdade da mente. Ou até que você desandasse a falar em catalão e eu não entendesse nada e a gente começasse a rir disso.<br /><br />Queria tanto poder olhar nesses seus olhos rasgadinhos, cor de mel que fica verde no sol. Ficar olhando o sapo largados na beira do rio. Ouvir você tocar piano e ver toda a beleza da sua alma. Queria poder dizer, como todas as noites, bona nit, Pau....http://www.blogger.com/profile/15905068978640419220noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1541861182002942327.post-1609662312144065472011-07-08T07:34:00.000-07:002011-07-08T08:05:26.549-07:00Eu e a Música: The Who (Lígia)Ontem eu passei a manhã tocando violão com meu pai. Que delicia tocar Comfortably Numb! Fiquei a tarde baixando músicas e ouvindo velharias enquanto fazia o freela. E a mistura de um blog de um cara muito da hora que fala sobre música e assistir o programa "geléia do rock" antes de dormir me fez perceber o quanto eu sou realmente louca por música.<br /><br />Acho que eu nunca tive dúvidas, nunca mesmo. Me lembro de um dia no trabalho eu estar baixando algum album de uma banda de Ska e comecei a me enfiar em mil páginas sobre música Jamaicana, Ska, Rock Steady, os Rude Boys, dai fui pro movimento Punk, e quando vi tava lendo a muito tempo páginas e páginas sobre música. Mas não sei, acho que nessas minhas fases meio "entalada" a música é a minha melhor maneira de entender/tirar um pouco o que ta rolando aqui dentro, sejam letras, melodias, conexões bizarras que eu faça ou simplesmente uma sensação cósmica de compreensão absoluta!<br /><br />Os exemplos são muitos, tanto a sensação com The Smiths e Radiohead nas semanas passadas, ou com AC/DC quando eu vou correr, ou todo o lance do John que eu senti, ou a velha e sempre incrível relação que eu tenho com Pink Floyd e Bob Dylan de eles se encaixarem em algum espaço na minha alma. Mas tudo isso são histórias pra outra conversa, porque hoje eu vim falar da minha experiência terapêutica com The Who.<br /><br />Perdida no interior da França, quando eu tive a capacidade brilhante de perder a parada do trem, sem conseguir me comunicar com ninguém da estação de uma cidadezinha que eu nem sabia falar o nome, me bateu um desespero dos grandes. Acho que a coisa toda aumentou muito por eu estar sozinha num lugar que eu não conseguia pedir informação, mas eu sei que eu desmoronei pra valer ali. Pensei em ligar pra minha mãe, mas logo em seguida bateu a consciência e o "ela não vai conseguir me ajuda e só vou deixar ela preocupada".<br /><br />Bom, tudo isso pra dizer que na hora eu peguei meu Ipod, rolei pro T (como eu já disse antes, meu Ipod bizarro conta o artigo como nome), e mandei ver no Tommy, de cabo a rabo. E aquilo simplesmente me acalmou. Tem alguma coisa nas viradas do Keith Moon que te fazem perceber que existem coisas que são maiores, saca? Não sei muito bem explicar. Ouvir aquele album, feito em 1969, de maneira absurdamente maravilhosa, me fez perceber como aquilo que tava acontecendo era pequeno perto da viagem que eu estava fazendo, perto de tantas outras coisas muito maiores que existem no mundo.<br /><br />Desde que eu ouvi o Abbey Road pela primeira vez eu fiquei completamente fascinada por albuns conceito, daqueles que você não pode ouvir as músicas separadas, que contam uma história que se desenvolve por todas as faixas. As músicas que voltam, que conversam, me alucinam demais! E o Tommy é um exemplo muito alucinante. <span style="font-style:italic;">Overture</span> já faz eu sentir que estou comprando um ticket pra uma viagem, é como se você desse um "start" mesmo, você entrou numa jornada, cara. Todas as músicas são imprescindíveis e estão no lugar que deveriam estar, isso é muito foda!<br /><br />Eu lembrei que tomei o maior susto quando descobri que o The Who era contemporâneo dos Beatles, e tinham tocado no Woodstock. Antes de conhecer pra valer eu achava que eles eram mais recentes, fiquei muito impressionada quando soube que aquele rock n’roll todo, do tipo porrada na cara, que não a toa influenciou o nascimento do punk, era da década de 60. Acho que foi aí que eu pensei "Calma, tenho que ouvir mais esses caras". Sabia de toda a loucura que era, da criação da tão reatuada quebra de instrumentos no palco, do mito que existe em torno do Keith Moon, mas eles ainda assim conseguiram me tirar o fôlego.<br /><br />Ainda tô no processo de conhecer pra valer esses 4 caras, mas já posso dizer que ouvir The Who, seja no meio da França, ou agora mesmo, pra escrever esse texto, é totalmente alucinante.<br /><br />"See me, Feel me, Touch me, Heal me"<br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhhj9eQqlk0QVpaCgVTLxBe-BR-QECGiuSYVpciNgdupUvccUNApLTIJtEGfgOZPMmAF5lABl_tO7_OxFjbkt9IRm7mJ2ZJrShuHgkiCzeLS1Hz1hyyNL-SqyBNBHihxRRdg5zHxTZFa2DO/s1600/The-Who1969.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 226px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhhj9eQqlk0QVpaCgVTLxBe-BR-QECGiuSYVpciNgdupUvccUNApLTIJtEGfgOZPMmAF5lABl_tO7_OxFjbkt9IRm7mJ2ZJrShuHgkiCzeLS1Hz1hyyNL-SqyBNBHihxRRdg5zHxTZFa2DO/s320/The-Who1969.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5626995111568472434" /></a>...http://www.blogger.com/profile/15905068978640419220noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1541861182002942327.post-54936268029436722282011-07-02T23:00:00.000-07:002011-07-02T23:43:20.017-07:00Conselho (Dani)Enquanto ele dorme e a insônia me ataca, meu copo de nescau sempre é a melhor companhia para um estômago cansado de tanta fanfarrice. Come melhor essa semana, promete Dani? E eu fico pensando em tantas coisas, em tantas pessoas, em tantos projetos, semana que vem vou pra Santa Isabel, me reconhecer no lugar onde eu cresci e onde eu tive uma família. Me reconstruir. Cada vez que te vejo dormindo sei que você é a família que eu resolvi começar. Pode não ser pra sempre, pode ser. Mas você já é minha família.<blockquote></blockquote>E aí começo a pensar em tantas coisas, nessa redefinição de limites, de sentimentos, de considerações. Eu acreditava em tanta gente, conheci umas outras tantas. Em que momento a gente decide não ser a pessoa confortável? Não sei. Mas deve ser por isso que não me pedem conselho. Não estou a fim de te manter na sua posição confortável, quero te levar comigo a sempre rever valores, hábitos velhos e enferrujados. A te tirar dessa inércia. Inércia, inércia, quase uma amiga de tão próxima que ela sempre está da gente... É engraçado, algumas vezes eu espero ver expansão e só vejo recolhimento. Tanto potencial escondido embaixo dessas asinhas fechadas. Tanto vôo.<blockquote></blockquote>Há muito tempo eu escolhi a felicidade, o não confortável. Agora escolho o não previsível, porque tanto medo de conflitos? Porque tanto medo de uma simples discussão? O mundo não é uma bolha de chiclete, e nem por isso ele é cinzento, temos vários tons e cores disponíveis pra você. Alô. Calma. Relaxa. Cresce com a gente, vem participar.<blockquote></blockquote>Quando você dá limites também dá valor. Isso eu estou aprendendo de uma maneira um tanto quanto dolorosa, na verdade. Quem se importa com a sua vida, na verdade? Quem realmente tá interessado em ouvir? Antes eu escrevia coisas lindas e agora tenho preguiça de ser brother pra no final das contas não ser levada em consideração e aprender a buscar minha alegria dançando de olhos fechados ao som de trompetes e uma banda de jazz. Nada mais irritante do que quando alguém volta de viagem e tudo o que a outra pessoa tem a dizer é: "ah, eu também vou pra lá um dia! Vamos conversar sobre a minha viagem que ainda não aconteceu e provavelmente não vai acontecer e vamos não falar da sua que acabou de acabar? Não suporto ver a sua felicidade, ela me diminui, então vamos não falar dela e vamos seguir falando dos meus sonhos." Eu nunca imaginei que tivesse que guardar pra mim minha felicidade. Nunca. Mas percebi que também é por causa dela que ninguém me pede conselho. E me senti ligeiramente agredida. E coloquei mais um limite. Ok.<blockquote></blockquote> Ler Cora Coralina me faz acreditar na mulher, me faz ter plantas e flores, e arrancar pedras. Sontag, essa mulher me faz perceber o quanto é delicioso estudar fotografia, o quanto é possível que essa banalização vire sentimento. Fotografar escombros, resíduos, VIDA. Eu sempre tenho a câmera na bolsa, nunca se sabe. Cara, geografia urbana! Cada dia uma coisa nova e uma pessoa nova, possibilidades incríveis, não saio da usp tão cedo. Tenho escutado música canadense, francesa, africana, brasileira. Rap é muito bom! Visto filmes e documentários que fazem sentido. Refugees All Star, comprem o cd dessa banda por favor. Refugiados de guerra ampliam seus limites. Porque então vejo você sentado no seu canto com seu potencial e seu coração encolhidos na cadeira? Expansão, meu amigo, expansão. Quanto mais energia a gente cria, mais a gente tem. Crie sua arte, mostre pro mundo o quanto tudo isso é bonito.<blockquote></blockquote>Se mexa, suba na cadeira, abra os braços e dê um grito bem forte, sei lá. Esse é meu conselho. Aqui eu posso. Quem quiser ler, leu, quem não quiser que vá comer pastel estragado na feira da Vila Madalena....http://www.blogger.com/profile/15905068978640419220noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1541861182002942327.post-76015570383534718332011-06-23T19:46:00.000-07:002011-06-23T19:47:58.460-07:00Encontro (Dani)Procuro os que sabem de mim.<br />Os que disseram ter me ouvido falar.<br />Os que me encontram, quando me perco.<br /><br />Em quantos poemas estou presente?<br />Em qual deles era verdade?<br /><br />Perco-me um pouco todo dia,<br />para me encontrar em tantos outros.<br />Não revelo, nem disfarço.<br />Apenas passo.<br />Mas há momentos em que me demoro.<br /><br />Celso Brito<br /><br />Talvez esse poema vá para o meu TFG....http://www.blogger.com/profile/15905068978640419220noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1541861182002942327.post-79814359817019636032011-06-21T13:46:00.000-07:002011-06-21T13:53:06.715-07:00Imagine (Lígia)Hoje eu passei a manhã ouvindo John. Desde que eu baixei o cd Imagine eu tenho escutado bastante, mas hoje foi especial. Eu percebi o quanto eu me identifiquei com várias músicas, com vários trechos. Ia escutando e prendendo a respiração cada vez que ouvia alguma coisa que mexia comigo, mas foi quando tocou uma música que eu já gosto faz tempo que um pensamento veio na minha cabeça: "I was the walrus, but now I'm John".<br />É como se o nosso namoro fosse os Beatles, pra além do fato de ter sido quase nossa trilha sonora oficial, foi a época em que eu mais compreendi o que eles queriam passar, e compreendia cada letra, cada palavra em todo o amor que transbordava em mim. É como se juntos a gente fosse muito bom, como eles, e juntos fomos capaz de criar coisas novas, incríveis, maravilhosas, que talvez não seriamos capaz de criar sozinhos, coisas minhas que foram inspiradas por coisas suas, e se transformaram nesses momentos todos compartilhados.<br />E agora, eu me sinto a carreira solo do John, melancólica, profunda e verdadeira. "Look at me, who am I supposed to be? Here I am, what am I supposed to do?". Talvez não tão boa como os discos dos Beatles, mas muito verdadeira, sentindo tudo aquilo que está sentindo. E talvez você "seja" a carreira solo do George, e você colocou pra fora um álbum triplo que estava segurando aí dentro, que talvez eu estivesse de algum maneira bloqueando. Uma carreira cheia de vida, de força e verdadeira.<br />Acho que as coisas se transformaram bastante durante esses meses, a maneira como nós lidamos com tudo. Na verdade, tudo que eu posso dizer sobre como você leva a vida, é a certeza de que está sendo tão verdadeiro como sempre foi, porque é apenas nisso que posso me apoiar, no que um dia você mostrou pra mim. E tudo que eu posso dizer sobre como eu levo a vida é que agora me sinto diferente, voltar pra São Paulo e lutar contra a inércia tem sido o foco principal, e de alguma maneira acho que isso também pode ser chamado de estar sendo verdadeira. "How can I go forward when I don't know which way to turn?"<br />Eu ainda não sei como devo lidar com muitas coisas, mas pelo menos eu já sei que não é da maneira como eu estava lidando antes.<br />Tenho dúvidas, me sinto perdida, sinto a sua falta, mas respiro fundo, não tento fingir que não sinto nada disso, mas tento resgatar a força que eu ganhei nesse tempo todo, pra que eu possa procurar dentro de mim os caminhos.<br /><span style="font-style:italic;">"Love is knowing we can be"</span><br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgAGQgWtxfDoLfuqaW4AAhWKxbygU-3GMMi4Y3ex1XM3VWRKe3NgRJ3-GQ-DCx9BpJP_dw1jLzbhKl3zM_lGixhmO6fBa1WMmkkZPJfuZVp5zTwHGiuO6qnorhCzZva7v9XFYfmiCFYseYi/s1600/John%252BLennon.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 304px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgAGQgWtxfDoLfuqaW4AAhWKxbygU-3GMMi4Y3ex1XM3VWRKe3NgRJ3-GQ-DCx9BpJP_dw1jLzbhKl3zM_lGixhmO6fBa1WMmkkZPJfuZVp5zTwHGiuO6qnorhCzZva7v9XFYfmiCFYseYi/s320/John%252BLennon.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5620778157173828082" /></a>...http://www.blogger.com/profile/15905068978640419220noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1541861182002942327.post-86487236436815798132011-04-07T06:00:00.000-07:002011-04-07T06:02:16.709-07:00Eu tenho uma palavra pra dizer pra você: Parta! (Lígia)<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjRB64JsdRCWfF_6tO9z5pfV2Mnhd7E5tNynesLyasMU3z0opqpFT7F2cMcxkWjI9hhDDW8M7dcJZ8rdaPWsYB_ukcvMYdLKikogVH5lpx9UX_MUPhqYOya8XEQ00xUYFtSgIbXnimxnYDL/s1600/mar.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 300px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjRB64JsdRCWfF_6tO9z5pfV2Mnhd7E5tNynesLyasMU3z0opqpFT7F2cMcxkWjI9hhDDW8M7dcJZ8rdaPWsYB_ukcvMYdLKikogVH5lpx9UX_MUPhqYOya8XEQ00xUYFtSgIbXnimxnYDL/s400/mar.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5592826057352966626" /></a><br /><br />Pra percorrer o mundo e me sentir livre<br />pra me cansar entre pular na cama e correr na praia<br />pra me enroscar em outros e estralar os dedos<br />pra rodar o corpo e me desequilibrar<br />pra tentar novos passos e escorregar<br />pra receber massagem e fazerem cócegas<br />pra me sentir criança e me sentir modelo<br />pra fazer perna de índio e me esticar<br />pra sentir a grama e o chão gelado de casa<br />pra passar frio durante a noite e no calor molhar na água<br />pra reclamar no final do dia e pelo prazer de me descalçar<br />pra me ajudar a balançar e dar impulso<br />pra jogar pro alto e me trazer pra realidade<br />pra me aproximar ou às vezes me paralisar<br />pra ser levantado durante um beijo e encontrado debaixo da mesa<br />pra dirigir e quem sabe um dia tocar<br />pra me fazer dançar e me lembrar que a festa foi boa<br />pra me acalmar e esvaziar minha cabeça<br />pra andar na linha e suportar meu peso<br />pra me levar onde eu quero e onde querem me levar<br />feitos pra eu seguir o meu caminho e pra me trazer de volta pra casa....http://www.blogger.com/profile/15905068978640419220noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1541861182002942327.post-56567732100760671912011-03-18T12:35:00.000-07:002011-03-18T12:37:30.032-07:00Eu e o menino de 16 anos com a doença da vaca louca (Lígia)"It makes me smile to know she's in the world. That's all".<br /><br /><br />É bem por aí....http://www.blogger.com/profile/15905068978640419220noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1541861182002942327.post-49366660465260588192011-03-12T15:50:00.000-08:002011-03-12T15:57:34.824-08:00O FOTÓGRAFO - Manoel de Barros (Dani)O FOTÓGRAFO<br />Manuel de Barros<br /><br />Difícil fotografar o silêncio.<br />Entretanto tentei. Eu conto:<br />Madrugada a minha aldeia estava morta.<br />Não se ouvia um barulho, ninguém passava entre as casas.<br />Eu estava saindo de uma festa.<br />Eram quase quatro da manhã.<br />Ia o Silêncio pela rua carregando um bêbado.<br />Preparei minha máquina.<br />O silêncio era um carregador?<br />Estava carregando o bêbado.<br />Fotografei esse carregador.<br />Tive outras visões naquela madrugada.<br />Preparei minha máquina de novo.<br />Tinha um perfume de jasmim no beiral de um sobrado.<br />Fotografei o perfume.<br />Vi uma lesma pregada na existência mais do que na pedra.<br />Fotografei a existência dela.<br />Vi ainda um azul-perdão no olho de um mendigo.<br />Fotografei o perdão.<br />Olhei uma paisagem velha a desabar sobre uma casa.<br />Fotografei o sobre.<br />Por fim, eu enxerguei a Nuvem de calça.<br />Representou pra mim que ela andava na aldeia de braços com Maiakovski - seu criador.<br />Fotografei a Nuvem de calça e o poeta.<br />Ninguém outro poeta no mundo faria roupa mais justa para cobrir sua noiva.<br />A foto saiu legal....http://www.blogger.com/profile/15905068978640419220noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1541861182002942327.post-28869789710761019522010-12-10T12:47:00.000-08:002010-12-10T12:50:39.967-08:00Handsome, grow up, be sensible and don't get carried away. (Lígia)"- I love that sound. - he mumbled into her hair. - Blackbirds at dawn.<br />- I hate it. Makes me think I've done something I'll regret.<br />- That's why I love it."<br /><br /><br /><br />I'll be doing my best, see you soon....http://www.blogger.com/profile/15905068978640419220noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1541861182002942327.post-75200401014012915462010-12-07T04:00:00.000-08:002010-12-07T04:07:44.493-08:00Sobre ser real (Lígia)Paul e eu temos histórias parecidas. Ambos crescemos em lares desfeitos, ambos descobrímos a fé ainda moços, ambos temos entusiasmo por arriscar a sorte. Mas ele é mais evoluído em altruísmo, o que sempre considerei uma espécie de brilhantismo emocional. O que quero dizer é que a maioria de nós está sempre preocupada com o que os outros estão pensando. Esta preocupação se infiltra em nossas palavras, nossos atos, sonhos e sentimentos, e Paul parece estar acima disso – ou abaixo disso, não sei. Apenas não é afetado. Ele não se preocupa muito com nada, o que me impressiona como se fosse uma espécie de milagre.<br />Como uma pessoa consegue deixar de se preocupar com a opinião das outras a ponto de desfrutar delas sem manipulá-las? Como uma pessoa pára de se preocupar com o dinheiro para pagar o aluguel, de onde virá a comida ou se tem ou não um bom plano de aposentadoria? Quando uma pessoa está com Paul, é confrontada com a ideia de que a vida pode ser muito mais fácil do que o resto de nós acredita ser, de que a maioria das coisas com a qual nos aborrecemos não vale o aborrecimento, que uma conta bancária zerada e roupas fora de moda não dão câncer. E é exatamente isso o que às vezes sinto: que um saldo bancário lá embaixo ou uma posição social inferior me dará câncer.<br />Tendo a pensar que a vida tem a ver com segurança, que, quando você tem um ano de aluguel pago, pode descansar. Preocupo-me demais com as coisas, sobre se minhas ideias estão certas ou não, se as pessoas gostam ou não de mim, se vou ou não me casar, e então me preocupo se minha mulher me abandonará ou não quando nos casarmos. De um tempo para cá, me flagrei preocupado se meu carro estava ou não na moda, se eu parecia um idiota quando falava em público, se meu cabelo cairía ou não, e tudo isso, talvez, porque vivia em Houston, mais de 1,5 mil quilômetros quadrados de concreto, shoppings, mega-igrejas e complexos de cinemas, nada disso real. Quer dizer, isso tudo está lá, é feito de matéria, mas não passa de exagero. Nenhuma das mensagens é verdadeira ou tem qualquer relação com o fato de que estamos girando em um planeta em uma galáxia em algum ponto de um universo que não tem limites. Parece não existir uma ciência que diga que alguma dessas coisas tem qualquer importância. Mas parece que isso tem importância, ou o que quer que seja; é como se fosse preciso entrar em pânico por causa dessas coisas.<br />Lembro-me de estar dirigindo pela Interestadual 45 alguns meses atrás e, de repente, me dar conta do número de placas que gritavam para mim, placas querendo que eu comprasse colchões d’água, placas querendo que eu visse garotas tirando a roupa, placas querendo que eu comesse comida mexicana, cartazes giratórios iluminados querendo que eu fosse à Igreja, me inscrevesse em uma academia, visse aquele filme, financiasse um carro, mesmo se eu não tivesse dinheiro. E me chocou que, em meio a toda aquela balhureira, em meio às mensagens que diziam “compre este produto e seja completo”, eu mal conseguia conhecer a vida que a vida deveria ser.<br />Houston faz você achar que a vida se resume a pânico e a solução pra se livrar dele, nada mais. Ninguém pára para perguntar se realmente precisa de uma casa, de um carro ou de um emprego melhor. Por causa disso, parece nunca haver paz, não há serenidade. Já não podemos ver as estrelas em Houston, não podemos ir à praia sem pisar em uma garrafa de coca-cola, não podemos passear nos bosques porque já não há bosques. Só podemos entrar em pânico por causa das roupas que vestimos, pânico por causa dos carros que guiamos, ficar presos no trânsito e entrar em pânico pensando se o cara que nos corta nos respeitará ou não. Queremos matá-lo por gritar demais, e o tempo todo sentimos necessidade de novos móveis, de uma nova televisão e uma casa maior no bairro certo. Dirigimos em transe, salivando por Starbucks enquanto aquele grande céu se estende acima de nós, e aquela bela alvorada acontece no deserto, e todas aquelas montanhas a oeste estão reunindo neve nos seus pinheiros, e todas aquelas folhas estão mudando de cor a leste.<br />Deus, é tão bonito, é tão quieto, é tão perfeito. Faz com que você sinta, talvez por um segundo, que Paul tem o que não temos; que, quando você vive em uma Kombi e se levanta para o nascer do sol e cozinha sua própria comida em uma fogueira e pára de se preocupar se seu carro vai quebrar ou se tem roupas da moda ou se as pessoas gostam ou não de você, você rompe, tapa os ouvidos para o bombardeio de mentiras que nunca param de ser sussurradas ao seu ouvido. E talvez, por isso, ele pareça a mim tão diferente, porque se tornou um ser humano que já não acredita que os comerciais são verdadeiros – o que, talvez, um ser humano seja projetado para ser.<br />Faz sentido quando você pensa. Quer dizer, ficamos no deserto esta manhã, e a química em meu cérebro infiltrou-se suavemente na massa cinzenta, como se estivesse massageando com os dedos a parte mais tenra de minha mente, como se dissesse que isso é o que um ser humano deveria sentir. É para isso que existimos: para observar a beleza da luz ocupar a tela da Terra, para fazer o pó se tornar vida; como poeira encantada, criando árvores, e cactos e seres humanos a partir da mágica de sua propulsão. Isso agora faz com que eu me impressione com quão facilmente o cérebro pode ser enganado sobre o que deveria sentir, quão facilmente o cérebro pode ser enganado por alguém que tem um carro usado para vender, um novo perfume, sei lá.<br />"Você sentirá o que deveria sentir se comprar o que estou vendendo". Mas será que aquilo que eu e você deveríamos sentir, o que eu e você deveríamos ser, não custa nada? Paul parece pensar assim – ou, pelo menos, ele se comporta como se isso fosse verdade. Ele não quer ficar num quarto de hotel e saber das notícias. Não quer folhear as páginas de esporte para ter a certeza de que o time pelo qual torce está indo bem. Não acho que ele esteja querendo vencer nada. Acho que só está tentando sentir o que um ser humano deve sentir quando pára de acreditar em mentiras. E, talvez, quando uma pessoa deixa de aceitar as mentiras, quando um ser humano pára tempo suficiente para perceber que as coisas nas quais tentam fazer com que gastemos nosso dinheiro frequentemente não são verdade, podemos finalmente ver o nascer do sol, sentir a umidade da brisa do Golfo, ficar de pé maravilhado diante da tempestade impressionate proporcionada por um queda d’água de 6 mil metros e 16 quilômetros quadrados, se maravilhar com a física de um pato nadando sobre a superfície de um lago, desfrutar o reflexo do sol na superfície da lua e saber que é isso que preciso fazer, isso é o que sou, que a vida me está sendo dada como um presente, que a luz é uma metáfora e Deus está fazendo essas coisas para nos impressionar.<br /><br />Mais um trecho do livro "Through painted deserts: light, God, and beauty on the open road"....http://www.blogger.com/profile/15905068978640419220noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1541861182002942327.post-26571980814968955302010-11-19T11:46:00.000-08:002010-11-19T12:33:05.877-08:00Sobre amor e amizade (Lígia)- Qual era o nome dela?<br />- Michael Ann. Eu conheci ela na escola, e nós namoramos com intervalos durante todo o curso secundário. Ela é uma garota legal, sabe, verdadeira, não sei, sociável, sei lá. Nós nos divertimos. Costumávamos passear até a cabeceira do Jack Creek e pescar até o nascer do sol. É uma garota que você pode levar para pescar, entende?<br />A última afirmação me diz um tanto sobre Paul quanto sobre Michael Ann. Ouvi dizer que há dois tipos de homem no mundo: um que está procurando uma mulher para completar sua vida, e outro está procurando uma mulher para sua vida completa. Não acho que um seja melhor que o outro, mas Paul definitivamente é o segundo tipo. <br />- Descreva a mulher perfeita.<br />Paul suspira e fica em silêncio alguns segundos.<br />- É uma pergunta difícil. Acho que saberei quando encontrar.<br />- Mas você tem uma ideia geral. Como ela é? Como ela se comporta?<br />- Tudo bem, agora sim. Ela tem um grande sorriso, certo? – ele diz, fazendo gestos no ar enquanto fala, enfatizando a importância dos lábios. – Ela não precisa parecer uma modelo, magra e cheia de rebolado, sabe, mas preciso me sentir atraído por ela. Isso é certo. Ela deve gostar de esporte e de passeios ao ar livre. Quero acampar muito, então ela precisa ficar bem se precisar passar um mês sem um banho de chuveiro.<br />- Um mês?<br />- Um mês. Sabe aquele tipo, Don, aquela garota que nunca usa maquiagem e pode pular em um riacho, esse tipo de coisa?<br />- Bom que nós saímos do Texas – digo.<br />- É isso aí. Aquelas garotas parecem bonecas de porcelana. Você tenta abraçá-las e fica com medo de que elas quebrem. <br />- Também quero viajar, então ela precisa querer viver na estrada. Eu gostaria de percorrer a Europa algum dia, ficar em albergues, sem saber o que comer no dia seguinte, esse tipo de coisa. E quando nós caçarmos, ela precisa ajudar a carregar o cervo de volta para o carro.<br />- Acho que estou procurando o mesmo que todo mundo. Quero uma companheira, sabe? Apenas alguém com quem partilhar a vida. Quero que ela seja minha maior fã, e também quero ser o maior fã dela. Eu quero criar filhos em uma casa onde eles saibam que os pais se amam e os amam. Acho que é isso que eu quero.<br /><br /><br />Trecho do livro "Through painted deserts: light, God, and beauty on the open road"....http://www.blogger.com/profile/15905068978640419220noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1541861182002942327.post-12508900092465063942010-09-27T12:31:00.000-07:002010-09-27T12:32:02.202-07:00De meia no sofá (Dani)A gente sente solidão. Acorda sentindo solidão quando toma banho, quando tem que pagar contas chatas e comer comidas saudáveis. Solidão quando liga a teve depois de um dia cheio e não tem nada de bom passando mas mesmo assim a gente ve porque assim "descansa o cérebro". Isso é solidão.<br /><br />E se torna cada vez mais difícil de verbalizar, de transformar em gestos toda a carência de vida que dá dentro da gente. Quem conversa tomando vinho falando da vida sentado de meia no sofá não reclama que o cérebro está cansado.<br /><br />E cada um gasta seu tempo com seus desvios e atalhos pra solidão ser mais justificada. Eu passaria a noite aqui, sendo sozinha e sem coragem de pedir um abraço. E iria dormir quando meu cérebro já não funcionasse mais e me desse preguiça de por o pijama, de tanta solidão e falta de carinho no mundo.<br /><br />Quando de repente a solidão cala sua boca e deixa todo o seu grito passeando desesperado por dentro de você. Pedir um abraço e todo o amor do mundo parece idiota. Mas era isso que eu queria, todo o amor do mundo daqueles jeitos bem bregas. Traz um café da manhã na cama e depois vai ali no canto e fica me olhando enquanto sorri daquele jeito de canto de boca com os olhos brilhando. E me dá de volta toda a vida que a vida me arranca todo dia de manhã. Me abraça, me esmaga e me mostra que nossa vida tem aquele brilho e aquela força que faz as pessoas levantarem felizes e tomarem cafe da manhã sonhando....http://www.blogger.com/profile/15905068978640419220noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1541861182002942327.post-19741325851854129422010-08-03T12:42:00.000-07:002010-08-03T12:46:47.632-07:00City and Colour and me (Lígia)<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_NLz5nF64ms3VaoCdbMgquMpJ6PUPysOawaExBcMr7g6CEa3vEv5XwvA34M8iOSuk0dF_6OxbAFdt5dkkv_HDMF2Dj6cmsG8jRZe4eO69XZKxlYOXVd-gSLOlJfFF6qiitJzG-AujEgFE/s1600/referencia+7.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 270px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_NLz5nF64ms3VaoCdbMgquMpJ6PUPysOawaExBcMr7g6CEa3vEv5XwvA34M8iOSuk0dF_6OxbAFdt5dkkv_HDMF2Dj6cmsG8jRZe4eO69XZKxlYOXVd-gSLOlJfFF6qiitJzG-AujEgFE/s400/referencia+7.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5501271739147510658" /></a><br />"The stars are aligned, but they don't align for us. Excuse me for I am the ocean, and I will starve for you. Will you know how to stay brave? Such fragile moments we share. You are my everything, even with nothing to say"....http://www.blogger.com/profile/15905068978640419220noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1541861182002942327.post-36494847164185691822010-07-27T06:07:00.000-07:002010-07-27T06:36:49.555-07:00Pra tirar do peito (Lígia)Ontem acordei muito feliz, apesar de tudo! O fim de semana foi intenso, com muitos sentimentos e pensamentos misturados! Não saber o que se deve sentir, o que se deve pensar e como se deve agir! É muito mais fácil agora perceber tudo, mas na hora, no cansaço, no sufoco, dentro daquele terreno de 5x5m que sugava a energia, foi difícil pensar claramente! Realmente as famílias que mais precisam são as mais difíceis de ajudar. Uma das coisas mais fodas do teto é a relação e o elo que se cria entre a família e a equipe, isso é o que faz tudo ter sentido, é a razão de tanto suor, de tanta força de tanta energia, de tanta felicidade e de tanto amor. <br />É você, em 2 ou 3 ou 5 dias se identificar com pessoas que no seu dia-a-dia passam despercebidas, é você querer muito que elas tenham de verdade uma chance, que elas consigam viver melhor, com um pouco mais de dignidade, é devolver a auto estima para aquelas pessoas tão sofridas. E o discurso do Mau no envio do sábado só reforçou isso! Como nós precisamos olhar pras pessoas e simplesmente enxergar o humano que está lá, o nosso semelhante, independente do sistema, ver a pessoa, a essência humana que ali existe, e compartilhar amor com aquela pessoa. Eu saí da escola com a maior certeza do mundo no trabalho do teto! E quando eu entrei naquele terreno, com pilotis tão difíceis por causa da água que teimava em aparecer, eu simplesmente não consegui manter essa força, esse amor. O cheiro de álcool, as frases sem sentido, e ele não conseguir lembrar de jeito nenhum o nome dos voluntários da equipe deixavam tudo mais escuro. A equipe tava cansada, alguns tinham problemas reais que dificultavam ainda mais a relação com a família, tava todo mundo abalado emocionalmente. E mais do que isso, era uma coisa de energia mesmo, você entrava ali e alguma coisa te colocava pra baixo, na hora! Era difícil trabalhar, era difícil manter a alegria, a calma, era difícil respirar! E como aquela era a equipe mais atrasada das casas que eu tava tomando conta eu fiquei lá dentro quase o tempo todo.<br />E aquilo foi me consumindo, consumindo e era muito difícil! Fiquei com dúvidas do trabalho do teto, se porque tínhamos que construir 100 casas nós tínhamos designado sem cuidado, com pressa, com pressão! Nunca eu tinha me sentido assim com uma família numa construção, nunca! E uma coisa que eu percebi muito foi que eu só tinha construído 1 casa para uma família que tivesse um homem, todas as outras foram para mulheres, batalhadoras, sozinhas, com filhos pra cuidar, Cidora, Maria, Dona Hilda e Dona Edileuza, mulheres incríveis, mulheres fortes. Só tinha construído para o Patrício e pra Marines, só que o Patrício tem 26 anos e a Marines 18, eles podiam ser meus amigos, foi muito mais fácil de me identificar com eles, sem contar a força absurda do Patrício, a garra, a vontade, tudo que me fez admirar tanto aquele homem. <br />E de repente vem o Mineiro, um homem de mais de 40 anos e alcoólatra, e a Cibele com 40, muito submissa a ele. E eu percebi que talvez eu tenha dificuldade de lidar com essa coisa do homem autoritário, grosso, e o jeito que eu tava conseguindo lidar com aquilo foi batendo de frente, mandando, "colocando o pau na mesa", porque eu não consegui contornar ele de outra maneira, e eu percebi que eu fui excluindo ele da construção da própria casa. Foi uma dificuldade minha, que pensando agora faz muito sentido. Eu tenho muita dificuldade de lidar com essa relação que ainda existe no mundo, do homem ser O homem, e a mulher simplesmente não ter forças pra se separar dele. Como a Cibele consegue aguentar? Talvez ela não tenha nada, talvez esse seja o único jeito de sobreviver. Sozinha ela não conseguiria, então eles se juntam pra tentar viver mais um dia. É muito foda aceitar que isso existe!<br />Conversando com a Chu no gtalk e com a Dani Marques no almoço do trabalho eu tentei buscar uma opinião externa pra me ajudar a esclarecer o que eu deveria sentir com relação a essa família. E eu cheguei à conclusão de que não, não vão existir só famílias incríveis e pessoas maravilhosas no nosso caminho, como em qualquer lugar do mundo, e que essas famílias, mais desestruturadas, mais complicadas são as que mais precisam da nossa ajuda, do nosso amor, da nossa energia, da nossa força, da nossa atenção e do nosso carinho. São as que mais precisam da auto estima de volta, da possibilidade de esperança de novo, daquele brilho que a casa pode trazer de volta. E por mais difícil que seja é a hora de sermos o elo mais forte, de conseguir passar ainda mais amor e mais esperança! São pra essas famílias que a casa pode ser a maior mudança, que pode devolver alguma coisa perdida há tanto tempo! Na hora é difícil, são tantos sentimentos misturados, mas agora eu percebo o aprendizado maravilhoso que eu vivi nesse final de semana, e como eu tenho que me fortalecer ainda mais para poder ajudar quem mais precisa. Não é porque o cara é alcoólatra que ele não merece um lugar digno pra viver. Não dá pra julgar uma pessoa que trabalha sei lá eu quantas horas por dia, pega milhões de condução todo dia e volta para uma casa tão ruim, com goteira, com umidade, pequena, sem saneamento básico e sem tantas outras coisas necessárias para uma casa ser chamada de lar. <br />Eu quero muito voltar pro Santa Maria, pra pintar aquelas casas, e principalmente pra olhar nos olhos da Cibele, do Mineiro, do Alex e do David, e passar todo amor e carinho que eu não consegui nesse final de semana. Passar confiança, passar esperança, mostrar que eu enxergo eles, que eles existem, que são pessoas, semelhantes a mim....http://www.blogger.com/profile/15905068978640419220noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-1541861182002942327.post-25389636889435468222010-07-24T15:44:00.000-07:002010-07-24T15:58:25.216-07:00Hallelujah (Dani)Quando li a entrevista, mais que sentir agonia por estar no centro da discussão e pressão para fazer alguma coisa, o que mais me alegrou foi a sensação de <span style="font-style:italic;"></span><span style="font-style:italic;">não saber nada e por isso fazer perguntas idiotas que podem dar soluções interessantes. </span><br /><br />Olhos de criança. Seja para descobrir uma canção, encontrar um novo amigo no meio da madrugada que te dá forças e não finge que não existe medo, seja para ver um desenho de flor sendo feito, seja pra chamar a namorada por apelidos carinhosos em um blog, perguntar sobre salsas picantes. E também serve pra descobrir coisas novas em arquitetura, de quebra. <br /><br />Crianças não tem medo e não tem vergonha de perguntar. E creio que sempre tem tanto a perguntar justamente por isso. Descobrir, descobrir, descobrir. Acho que esse é meu verbo, afinal de contas. <br /><br />Seja lá o que for, descobrir é o essencial. Descobrir as pessoas, as cores, os materiais, a história, a construção, o novo projetar, os lugares, os sentimentos, sabores, emoções novas, músicas, abraços e beijos diferentes, todo um universo dentro de cada coisinha. Sim, usei um diminutivo porque me encantou o jeito que o menino falava da sua namorada... =)...http://www.blogger.com/profile/15905068978640419220noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1541861182002942327.post-91599490549965869342010-07-21T06:45:00.000-07:002010-07-21T06:59:13.441-07:00"He was a gay stripper" (Lígia)Ontem fui dormir com uma sensação esquisita, ir no envio e não sair de lá em direção a um dos ônibus da Haddock Lobo foi muito estranho. Acordei várias vezes à noite, acordei suando, aquele desconforto absurdo e quando tocou o despertador eu não consegui acreditar! Eu não tenho dormido tarde, mas eu to acordando tantas vezes no meio da noite, com um sono agitado e sonhos bizarros sobre raspadinhas de melancia que me fazem acordar naquele semi desespero de "nãoo acrediiiito que já tenho que levantar" e eu quase nunca tenho problemas pra acordar, quase sempre acordo fácil e bem!<br />Bom, levantei e fui pro banho, isso já ajuda um pouco, vai entender, mas acabo ficando mais bem humorada conforme vai rolando o banho, olhei pela janela, não é que tá calor mesmo, caramba! Vai dar pra colocar uma blusa de manga e um casaquinho super leve, que sol bonito.<br />Chegando no metro, peguei o ipod e pensei, hummm o que ouvir? Tá admito que ter visto a Julia ontem e conversado com ela, o que obviamente acabou em conversar sobre Beatles me fez rolar a barrinha pro T (sim, meu ipod é bizarro e conta o artigo como letra!). Quando eu percebi eu tava cantando, chacoalhando meu corpo e rindo feliz da vida! Hahahahaha E não dá pra explicar o que Beatles faz comigo, mas eu fico tão feliz quando escuto, como mais nada me deixa. Tem dias que eu preciso ouvir certas coisas e to na vibe de outras bandas, mas é incrível, começou a tocar Paperback Writer e eu já começo a rir com "It's a dirty story of a dirty man and his clinging wife doesn't understand" hahahaha adoro essa frase, e com o "Frère Jaques" de fundo bizarro que a gente descobriu enquanto tocava o Rock Band dos Beatles. E daí é uma felicidade que não tem volta, eu já vou procurando as músicas mais felizes e aquilo vai crescendo, crescendo e crescendo!<br /><br /><span style="font-style:italic;">"The Magical Mystery Tour Is hoping to take you away. Hoping to take you awaaaaaaaaay"</span><br /><br />Eu sei que às vezes eu posso cansar, como os outros Beatlesmaníacos, mas é uma coisa tão foda de explicar, que é muito legal conseguir compartilhar isso com alguém que entende. E terminar a minha festa de aniversário numa rodinha de violão cantando Beatles com o Alex, o Pedro, o Rô, a Julia, o Guga e o meu Pai explica muita coisa, muito mais do que se eu escrever um texto de mil páginas aqui!<br /><br /><span style="font-style:italic;">"I'm painting my room in a colourful way, and when my mind is wandering…there I will gooooo, hey hey hey"</span><br /><br />Lembro de um dia que fui pra FAU ouvindo Beatles e quando cheguei o Heitor perguntou "Caramba, que bom humor é esse? Olha esse sorriso!" e eu falei "É que eu vim ouvindo Beatles!", e ele "Então faz isso sempre, porque você tá com a cara muito boa!" hahahaha! E eu percebi que eu fico até mais gentil no trânsito se eu tô ouvindo algum cd dos Beatles enquanto dirijo, eu dou muito mais passagem! É bizarro e engraçado, mas é verdade, as músicas exalam amor e compreensão, e quando você vê, já foi dominado por esse sentimento bom!<br /><br /><span style="font-style:italic;">"Lovely Rita, meter maid, may I inquire discreetly, when are you free to take some tea with meeeee"</span><br /><br />Beatles é universal e atemporal! As mesmas músicas que fizeram meus pais se emocionarem, se apaixonarem, viver coisas incríveis, dividir sentimento entre amigos e amores, as mesmas músicas, fazem, hoje, 40 anos depois, eu me sentir do mesmo jeito, me emocionar, me apaixonar, dividir com meu amigos e com o meu amor, e me fazem feliz, me fazem tão feliz que me fazem uma pessoa melhor! Eu falo deles, de cada um, como se conhecesse eles, porque eu compartilho tantos sentimentos, tantas verdades, acredito no que eles dizem, na mensagem que eles quiseram passar (e ainda passam) pro mundo, que é como se nós fizéssemos parte de uma coisa maior. <br />E eu sei que todo fã dos Beatles se sente assim, parte de um todo.<br /><br /><span style="font-style:italic;">"And in the end, the love you take is equal to the love you make"</span><br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgMGJjCH3caIzgonp0JxR22-flDeWZV9FWnZr5xks5gJramzBsgaitIpChAAflfmFSwTcmq6lVDo3r2cNZ7vsQm7FTzy0lDvsqn2AbCfGZS-9pn6i2-QCupQ3px89fKQciAFwrNCaYv3V33/s1600/imagem+blog.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 240px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgMGJjCH3caIzgonp0JxR22-flDeWZV9FWnZr5xks5gJramzBsgaitIpChAAflfmFSwTcmq6lVDo3r2cNZ7vsQm7FTzy0lDvsqn2AbCfGZS-9pn6i2-QCupQ3px89fKQciAFwrNCaYv3V33/s320/imagem+blog.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5496355919574832130" /></a>...http://www.blogger.com/profile/15905068978640419220noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1541861182002942327.post-66756846854873087072010-07-17T22:48:00.000-07:002010-07-18T00:45:53.855-07:004 meses é realmente pouco! (Dani)Quando a gente conversava por email você me parecia tão formal! Pensava que era alguém, sei lá, do alto dos seus 30 anos, me "saludando cordialmente". E eu estava tão preocupada com a viagem, e em ter um lugar pra ficar, que não me importei muito. <br />Quando cheguei no Chile te odiei meio de cara, como assim você não foi no aeroporto e eu fiquei sozinha às três da manhã num país onde eu nem sabia o idioma??? No dia seguinte descansei, arrumei minhas coisas e saí pra te conhecer. E aí de repente o senhor era um cara gente boa com a voz grossa e que falava devagar comigo, pra que eu entendesse.<br /><br />Eu lembro que nesse dia eu sentei do seu lado na casa da Marisol porque você era o único que falava mais devagar comigo, poxa! Espanhol e português NÃO são o mesmo idioma! Senti uma simpatia, algo mais como uma confiança. Durante a semana a gente se encontrou algumas vezes, até que um dia você me levou pra tomar cerveja e eu tava tentando aprender a falar e a gente se confundiu com a palavra rato e ficou um clima meio estranho, demos risada e ok... E quando você me levou até em casa, quando me mostrou a oficina, quando preparamos macarrão e eu soube dos conselhos do seu pai, tudo ficou meio estranho.<br /><br />Até a hora que você apareceu na cozinha com um presente pra mim, tão coqueto, uma pulseira da Colômbia e eu te mandei uma mensagem pra agradecer. E seis dias depois da minha chegada, enquanto a gente dançava forró, você resolveu me dizer todas as coisas que passavam na sua cabeça e foi tão atordoante que eu precisava de uma cerveja. Porque ninguém nunca tinha sido tão franco e dito com todas as letras o que queria dizer, porque afinal de contas se pode morrer amanhã. E ninguém nunca tinha me dito isso em seis dias!<br /><br />E no dia seguinte naquela salsa naquele lugar horrível com mulheres gigantes e feias você era a única pessoa com quem eu queria dançar, a única com quem eu queria conversar e ao mesmo tempo tinha tanta vergonha. E ah, tá bom, foi um beijo, não vou casar com ele, relaxa.<br /><br />E seu beijo não foi só seu beijo, é também o conjunto de conversas mais interessantes, de momentos mais divertidos, de lágrimas nos olhos quando penso que vou embora, de nomes broxantes só pra me irritar, de manhãs preguiçosas falando de nada, de acordar os meninos com as minhas gargalhadas, de idas ao mercado cantado e dançando, de construções onde você dorme segurando a minha mão e eu tentei soltar pra ir no banheiro e você só soltou quando acordou, de bebedeiras absurdas tomando rum, de conversas sem sentido no gtalk, o seu beijo de manhã quando sai pra trabalhar e eu tô dormindo, as confusões entre português e espanhol que a gente faz quando conversa.<br /><br />Quando eu cheguei aqui eu não pensava em estar com ninguém, como assim você não está mais solteira??? Eu queria estudar, ver arquitetura e trabalhar no teto. Queria voltar na semana dos aniversários. Quando você me escrever seu primeiro "hola como estas" eu não sabia que isso ia chegar aqui.<br /><br />E depois de quatro meses, não me importa se vou pro Brasil, não me importa se tenho duas semanas aqui, "mas as bodas de diamante passaram pelos 4 meses", não me importa nada disso, quatro meses é tão pouco!...http://www.blogger.com/profile/15905068978640419220noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-1541861182002942327.post-65750990816398344052010-07-17T22:17:00.000-07:002010-07-17T22:30:55.576-07:00Ai caramba (Dani)Digamos que minha falta de inspiração nunca foi tanta, mas ok. Me sinto bloqueada faz umas longas semanas já e sinto que quanto menos escrevo, menos vontade tenho de escrever e isso nunca tinha me acontecido. Então como um esforço de vida, considerando o fato de que não saí hoje e estou sozinha em casa, vamos lá.<br /><br />Faltam duas semanas pra voltar pra casa! Parece meio estranho, vai ser absurdamente estranho ligar meu celular quando chegar em São Paulo e ser meu cinzinha com toque de reguero de sempre e não meu trambolhinho vermelho que tenho aqui... Estranho não ter mais janelas/varandas com vistas amplas e bonitas, não ter mais folhas canadenses amareladas pelo inverno. <br /><br />Me sinto num stand-by esses ultimos dias, desde que começaram as férias da faculdade. De repente muitas coisas aconteceram no Brasil, e minha realidade, minhas pessoas me chamam... E que faço com as minhas pessoas daqui? Não quero muito pensar nisso. <br /><br />Eu escrevi uma vez aqui que queria tirar um semestre pra mim, queria vir pro Chile. Me sinto com um check, missão cumprida. Pensei muito, conheci muitas coisas, pessoas e tudo. Defini algumas coisas, me desapeguei de muitas. Aprendi a cozinhar UM POUCO, mas falta muito pros hábitos saudáveis que eu me planejei. Descobri a minha não vocação pro frio, que me faz querer estar todo o tempo debaixo de vinte cobertores.<br /><br />Não sei até que ponto tudo isso me mudou e quanto isso vai me afetar quando chegar em casa... E não sei mais o que posso chamar de casa, me sinto meio homeless, querendo um lugar pra chamar de meu. Mas bate uma expectativa, uma ansiedade e uma sensação de que tenho muito pra fazer lá, na minha "vida real". Me sinto como uma atriz nos bastidores, sinto esses últimos dias como um grande suspiro antes de entrar. <br /><br />E aí penso no tanto que fiz aqui, no tanto que aprendi e quero muito compartilhar isso com todo mundo. Não sei como ainda, mas tem tempo... Quero saber quem sou eu no meio de tudo isso, depois de tudo isso. <br /><br />Aleatório assim mesmo....http://www.blogger.com/profile/15905068978640419220noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1541861182002942327.post-32250493983077322422010-06-30T13:20:00.000-07:002010-06-30T13:32:53.024-07:00Mumford & Sons – Awake My Soul (Lígia)<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghEEDAzbx4EuSBox7S7d177CAbLlbEbq-0K4OXKFrlCmi0T_jIHGvv4tThV6ntSS2-PvJYgRw1wwmN9H-i7ry2scDlp3NDTdZL2geed7cgX1Ca2zWBI7qVXOs-MJBWpfesS-faE1HVh1VH/s1600/foto+linda!.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 266px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghEEDAzbx4EuSBox7S7d177CAbLlbEbq-0K4OXKFrlCmi0T_jIHGvv4tThV6ntSS2-PvJYgRw1wwmN9H-i7ry2scDlp3NDTdZL2geed7cgX1Ca2zWBI7qVXOs-MJBWpfesS-faE1HVh1VH/s400/foto+linda!.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5488667165313509778" /></a><br />"Se eu tivesse mais alma pra dar, eu daria. Isso, pra mim, é viver"<br /><br /><br />Li isso no perfil de uma amiga muito querida e me encantei na mesma hora!...http://www.blogger.com/profile/15905068978640419220noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1541861182002942327.post-56199052883295773842010-06-29T12:12:00.000-07:002010-06-29T12:21:27.479-07:00Por um sexo bonito (Dani)<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjndN71ACR43dHrgfaDZVsIjtl9dPDeYQ87rneNojUiPfI239wKe80uQ7GRro6K9jghXz0lWiVoLOh08Khti8UBLxBNs2VH9UYVAT1T15XC1onKSKxAMgwRURiykL7Of6g2pHmrB8rbysbX/s1600/tumblr_kwzmh8yW431qzmturo1_500.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 318px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjndN71ACR43dHrgfaDZVsIjtl9dPDeYQ87rneNojUiPfI239wKe80uQ7GRro6K9jghXz0lWiVoLOh08Khti8UBLxBNs2VH9UYVAT1T15XC1onKSKxAMgwRURiykL7Of6g2pHmrB8rbysbX/s320/tumblr_kwzmh8yW431qzmturo1_500.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5488277068923258482" /></a><br />Ok, há semanas e semanas me sinto sem inspiração nenhuma para escrever, bloqueada pelo fato de que parece que não tenho nada pra falar. Isso é ridículo, mas é assim e não vou fazer drama! Acontece!<blockquote></blockquote> Encontrei uma figura hoje que me pareceu muito linda, mas que talvez seja "fora dos padrões". E aqui fica meu desejo de que sexo seja visto como algo bonito, como parte de amor, de expressão física ou de qualquer coisa menos essa associação com pornografia, com coisas sujas e escondidas... Uma belezinha!...http://www.blogger.com/profile/15905068978640419220noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1541861182002942327.post-47299390104182351412010-06-16T08:15:00.000-07:002010-06-16T08:18:28.189-07:00Stereomood: romantic playlist (Lígia)Estou com aquela sensação de novo, a velha sensação, de me sentir desorganizada.<br />Daí eu passo pela minha agenda, vejo se estou esquecendo alguma coisa, repenso todas as matérias da FAU pra ver se elas estão organizadas, penso no trabalho, se estou deixando alguma coisa passar, penso nos meus planos, se estou perdendo alguma coisa pelo caminho nessa correria do dia a dia.<br />Essa sensação me incomoda, mas também, sei lá, às vezes penso se não estou vivendo a vida como um grande check list de coisas a fazer. Será que não devemos nos perder um pouco? Nos sentir um pouco soltos?<br />Deve ser bom fazer intercâmbio também nesse sentido, porque você está vivendo, porém se permitindo sair desse estado de inércia, de rotina, de agenda. Como será que conseguimos equilibrar esse sentimento? Sem se sentir perdido? Sem achar que não estamos no ritmo do mundo? Sem sentir que estamos ficando pra trás? Sabe? Poder simplesmente relaxar.<br />Acho que é o final de semestre, mas aquilo que falei pra Dani e pra Kat é muito real, sinto que cada vez mais eu não terei mais momentos sem coisas na minha cabeça. Responsabilidades que são minhas, que não saem da minha cabeça às 18h.<br />Como combinar isso com se permitir levar bolo azul e verde na cara? Ou tomar uma cerveja às 13h de uma terça feira? Sem pensar que se você chegar em casa bêbado vai ser muito ruim pra acordar pra trabalhar no dia seguinte, sem contar o dia inteiro que seria "perdido".<br />Como se permitir se perder um pouco? No dia a dia? Se perder da rotina?<br />Acho que ainda é muito estranho não ter a tarde livre, e ainda mais estranho, achar que é estranho ter uma tarde livre. Foi tão bizarro quando percebi que eu e o Luis só poderíamos viajar juntos depois da festa FAU no último final de semana de julho! Quando foi que isso aconteceu? Como conciliar a vida, os projetos, os trabalhos com poder sumir com quem se ama por um tempo? Eu realmente acho isso imprescindível! Ter um tempo pra mim!<br />E como eu sei quando é o limite? O quanto eu to me dedicando e me envolvendo de verdade com as coisas, ou o quanto eu coloco um tempo pra mim na frente das coisas? Qual é o equilíbrio disso?<br />Será que é por isso que sempre estamos querendo viajar? Porque não conseguimos equilibrar isso nas nossas vidas? E então sair da rotina é a única maneira de se deixar levar um pouco pela vida?...http://www.blogger.com/profile/15905068978640419220noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1541861182002942327.post-16053695896872470112010-06-02T06:29:00.000-07:002010-06-02T06:36:14.081-07:00Carta (Lígia)Olá meu bem, como você está?<br />Tá tudo bem? Estou te achando diferente, foi a rotina que te tragou novamente?<br />Foi a bolha que te puxou pra dentro?<br />O que está te fazendo sentir aquele incômodo antes de dormir?<br />É o trabalho que está te cansando? São os amigos que você não tem tempo de encontrar? São as coisas que você não consegue conciliar? É a sua falta de compromisso com certas coisas? É achar que nunca se faz o suficiente? É aquela sua dúvida se você se dedica o quanto acha que deveria a tudo que faz?<br />Mas ontem você estava tão feliz, foi tomar banho, limpou o rosto e dormiu tranqüilo! Estava tão bem!<br />Foi o recado que você viu hoje de manhã? Foi ele, né? Que fez você sentir isso! Foi você não ter se comprometido, não foi? Foi você não ter tido aquele "start" de ir atrás, é sempre isso, é sempre o start, de correr atrás, de fazer acontecer! É a inércia! E o pior é que essa palavra te faz lembrar todos os sentimentos incríveis que você teve no domingo não faz? Todas as coisas boas de você se sentir com olhos abertos, da energia de ter pessoas incríveis ao seu lado, e caramba, não é que ela existe dentro de você também! E a comparação então? Putz, essa é foda! Quando chegou o e-mail, ver tudo aquilo escrito, bateu meio fundo né? "Porque não posso me sentir assim também, me envolver assim também", caramba isso já te atormenta a um tempo, né? E os blogs que você entrou? Ver as pessoas fazendo coisas, se envolvendo, achei que isso tinha parado de te incomodar...o que aconteceu então? Te incomodou de novo hoje, porque?<br />Será que era porque você já não tava muito bem, meu bem?<br />Será que é por causa daquele rapaz? Acho que não, não deve ser né? Mas é difícil quando o mundo não está na sua sintonia, e convenhamos que você ficou um tanto mal acostumado com isso!<br />Eita, quanta coisa pra colocar no lugar!<br />Esses dias que acordamos do avesso são ruins de encarar!...http://www.blogger.com/profile/15905068978640419220noreply@blogger.com0