segunda-feira, 11 de julho de 2011

Inseto de verão (Lígia)

Eu odeio essa sensação de que parece que foi tudo um sonho. Você não tem ideia a falta que faz no meu dia-a-dia. Nem eu tinha ideia de que sentiria isso! Eu não tinha percebido o quanto nos aproximamos naqueles 30 dias, o quanto ficamos cada vez mais juntos, como caminhamos lado-a-lado, como conversamos, como eu ia precisar de você aqui na “vida real” pra que eu não me esquecesse do que realmente importa.

Que você é o meu tipo de pessoa eu nunca duvidei, quando ninguém entendia nada eu tava gargalhando por dentro, porque eu simplesmente amo o jeito que a sua cabeça funciona. Eu amo como você pensa, como você é coerente e age de acordo com o que acredita, como é tão absurdamente maduro e tão bobo ao mesmo tempo. Como me fazia rir, e ria das mesma coisas que eu, como sempre tinha uma piada leve e ingênua pra me lembrar que pessoas como você existem no mundo. Como me faz falta poder sair correndo e ficar ao seu lado quando o mundo inteiro me irrita. Poder olhar pro lado e te ver quando as pessoas agem de maneiras que eu não me sinto a vontade, e conversam de coisas importantes como se elas fossem vulgar. Pessoas que não enxergam o mundo como eu e você.

Você é tão lindo. E você é tão vivo. E me fazia sentir tão linda e tão viva ao seu lado.

Como eu precisava de você agora aqui. Receber um e-mail seu e saber que você tá vivendo da maneira que decidiu, que está indo tomar banho de mar, e correr, e que passou na faculdade de filosofia e que come fruta todo dia e parou de beber. Porque eu não consegui colocar tudo que eu queria em pratica na minha vida? Porque eu perdi toda a minha força? Às vezes eu nem me reconheço. E é nessa hora que eu preciso de você, nem que for só pra te olhar, e lembrar que somos parte de um grupo, e isso ser o suficiente pra eu ter certeza nas minhas vontades, e parar de sentir insegurança e ansiedade.

Me sinto tão perdida por não conseguir entender e distinguir o que é que eu tô sentindo. Mas agora, nesse momento eu só sinto uma saudade absurda, uma vontade muito grande de tá com a mochila nas costas e você do meu lado, falando alguma besteira, conversando sobre música, rindo, rindo da minha risada, falando sobre educação libertária, sobre as suas peripécias no camping que você trabalha, tentando falar alguma palavra em português, me contando da cachorra da sua avó, falando das suas bandas, falando sobre Radiohead, falando sobre a liberdade, aquela liberdade verdadeira, a liberdade da mente. Ou até que você desandasse a falar em catalão e eu não entendesse nada e a gente começasse a rir disso.

Queria tanto poder olhar nesses seus olhos rasgadinhos, cor de mel que fica verde no sol. Ficar olhando o sapo largados na beira do rio. Ouvir você tocar piano e ver toda a beleza da sua alma. Queria poder dizer, como todas as noites, bona nit, Pau.

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