sexta-feira, 24 de outubro de 2008

O primeiro a gente nunca esquece (Dani)

Eu tinha seis anos, lembro beeeeem... Era época de pré, toda sexta-feira levava brinquedo e lancheira com um docinho especial. Afinal de contas era sexta-feira né? Talvez venha daí essa tara por esse dia. E o trauma também.
Época de festa junina. E dançar quadrilha é bom porque é uma das únicas vezes que você SABE que vai ter um par. Ainda mais quando o seu par tem seis anos, é loiro e atende pelo magnífico nome de Marcos Vinícius. E é o mais popular da sala. Do pré 2. E é seu par, no caso, meu, só MEU.
Ok. Vamos ensaiar, a professora dizia. Mas eu morava no interior então era mais gostoso ir ensaiar no pátio da igreja, porque tinha bastante sombra e porque era gostoso deitar no chão depois e ficar olhando pro céu e imaginar que a igreja estava caindo na sua cabeça. Era bem bom, dava uma vertigenzinha. E na hora de ir da escola pra igreja, cada um ia com seu par. De mãos dadas com o seu par. O MEU par, no caso.
Mas o meu par, o magnífico M.V., esqueceu dessa parte de dar a mãozinha e caminhar lado a lado. Malditos homens, dançam com você, te iludem e depois vão pro final da fila procurar a mais alta. E justamente nessa sala eu não era a mais alta. Então tive que me contentar em ir andando e olhar pra trás, pra ver onde ele se encontrava e "lembrá-lo" que ele tinha que andar do meu ladinho, pra todo o sempre.
E é um tal de olha pra trás e olha pra trás que quando eu olho pra frente a árvore olhou pra mim. Sim, olhou na minha direção, bem em cheio, bem no meio do meu rosto. Meu rosto que só tinha seis anos de vida e zero de experiência. E a pancada foi tão forte que eu não lembro se o maldito do Marcos Vinícius viu aquilo tudo e riu. Ainda bem que eu não lembro.
Mas eu lembro de prometer a mim mesma: Sempre desvie das árvores. Mas menina, não é que dia ou outro elas continuam me atingindo, atingindo esse rostinho de 22 anos e zero de experiência (ainda)?????

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