quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Existem menos damas da noite em São Paulo do que deveriam. (Lígia)

90% dos dias que eu volto pra casa no mesmo caminho ônibus-metrô de todo dia eu entro, coloco o fone e fico lá, no meu próprio mundo, eventualmente eu faço careta pra alguma criança, mas é só isso.
Mas às vezes, sei lá, às vezes não é assim, e agora são quase dez horas da noite de uma sexta feira e eu olho pras pessoas a minha volta e sinto vontade de escrever algo que não sei bem o que. Escrever, veja bem, eu peguei meu caderno e escrevo aqui no fundo de ônibus, subindo a Teodoro Sampaio, e o homem sentado ao meu lado já me olhou algumas vezes e eu senti que de alguma forma ele entendeu essa vontade que não podia esperar de escrever...mesmo sem saber o que...


Meu coração sempre palpitou mais alto do que o estabelecido
As ruas são tão escuras quanto deveriam, as ruas dever ser só levemente iluminadas
O silêncio é arranhado mais do que deveria, mas barulhos de fundo, aqueles que devem ser barulhos de fundo, são agradáveis e se acomodam em algum lugar dentro da gente
As sextas-feiras a noite são mais planejadas do que deveriam, algumas deveriam ser obrigatoriamente passadas em casa, unidas da sensação de não correr atrás do tempo.

Nenhum comentário: