terça-feira, 15 de dezembro de 2009

O universo todo numa flor (Lígia)

Alguma coisa mudou em mim nesse final de semana, ainda é difícil explicar. Eu sempre volto mais centrada de Vinhedo, mas dessa vez eu voltei completamente no eixo. Saber que meu pai, quando criança, empurrava carros na enchente pra ganhar uns trocados explica muita coisa sobre mim, faz com que eu me entenda muito melhor. Deu aquela sensação de “fechar a conta”, sabe?
Na verdade eu ainda to sentindo tudo isso, mas sei lá, durante o show do Forfun mais a noite, mesmo não estando olhando diretamente pra eles, e mesmo o Luis estando semi morto do meu lado, eu tava lá sentada e senti meu coração transbordar completamente, sei lá, é meio esquisito isso, mas eu tive uma experiência de amor muito forte naquele momento e eu fiquei muito feliz de ter tanta gente lá, de aquele lugar estar abarrotado de crianças de 15 anos se achando super malandras hahahahaha, mas pelo menos elas estavam lá, ouvindo aquelas letras, eu me senti muito feliz por isso.
Engraçado o Luis ao mesmo tempo estar xingando meio mundo porque “ninguém nem entende o que eles estão falando”, mas eu tive a percepção exatamente contrária, o que é muito esquisito já que eu que sempre reclamei disso pra ele, dos jovens que na verdade só estão buscando uma imagem dentro da sua própria insegurança. Mas sei lá, às vezes a gente pensa uma coisa, e sente outra. E naquele momento eu senti muito amor, tanto amor, que eu transbordei. Eu senti o peso da verdade em cada palavra e isso me deixou extremamente leve.
Eu não consegui explicar tudo isso pro Lú quando a gente tava subindo a Teodoro e ele tava dissertando sobre “shoppings lotados e bibliotecas vazias”, talvez não estivesse ainda tão claro na minha cabeça. Mas o combo da simplicidade absurda da minha família, da diversão mais inocente que mantém uma vovó de 87 anos e uma criança de 12 juntas e dois irmãos de 59 e 57 voltarem a ter 10 e 8, junto de “nem dinheiro nem prazeres vão trazer o que você está procurando” fez com que eu mergulhasse dentro de mim completamente, numa sensação de paz absurda.

"Eu vejo, e eu não estou só
Enxergo, contemplo
Almejo, e eu não estou só
Eu corro, e eu não estou só
Respiro, e eu não estou só
Eu canto e danço
A certeza que desata o nó
Sentindo que eu não estou só
Eu penso, e eu não estou só
Reflito e calo
Sorrio, e eu não estou só
Eu choro, e eu não estou só
Viajo, e eu não estou só
Eu erro e aprendo
A água, o fogo, o ar e o pó
Sou tudo, logo não estou só"

3 comentários:

dani disse...

Texto foda!

Luis Signorini disse...

É dani...
é FÓÓÓRRR FÃÃÃ BRUÓDER!

Carolina da Rós disse...

A cada show que passa do Forfun é exatamente assim que eu me sinto... E tenho achado que é assim que os quatro meninos querem que a gente se sinta!
Parabéns pelo texto, vc conseguiu transformar em palavras aquilo que só quem é realmente fã consegue!
Beijos.