domingo, 12 de abril de 2009

Sem Nome (Dani)

O que eu to sentindo ainda tá sem nome. E na verdade não to procurando. Pode ser um descontentamento, afinal de contas eu tô ouvindo Coldplay porque eles ainda têm algo a dizer, afinal de contas. "Come back and haunt me". Por favor.
Pode ser uma preguiça também. Afinal de contas hoje de manhã eu tava passando frio num ônibus, hoje a tarde eu tava entretendo uma criança de dois anos e hoje a noite eu tava estudando pra mais uma prova chata e sem sentido. E tudo o que eu quis pra hoje foi usar meias e um pijama colorido, talvez até pantufas. E dormir.
Pode ser tipo uma depressãozinha, dessas que atingem a gente depois de viagens. Pela primeira vez eu não refleti sobre problemas, tava bom demais ganhar cerveja de graça por ser amiga da galera. Não pela cerveja, mas pela galera, que fique claro.
Mas provavelmente é mais uma dessas crises. E não adianta, porque estar muito bem e achar meu eixo também me faz entrar em crise. Eu sou um livro de auto-ajuda ambulante, porque sempre acjo crises bem vindas apesar de achar melhor tê-las a cada sete anos. E eu tenho 23 e isso foge completamente da conta.
Eu cansei dessa vidinha, cansei de ser meio adulta e meio adolescente e se até meu pai me entendeu é porque a coisa tá séria. Se nem ele riu e disse: "eu percebi", sem dar nem uma risadinha, é porque a coisa tá bem séria. Eu cansei de comprar cerveja ruim toda sexta feira no meeeesmo lugar. Isso foi bom por três anos, mas já cansei. Cansei daquelas meeeesmas pessoas com cara de bunda reclamando, reclamando e reclamando por anos. Elas não se formam nunca? Quando eu cheguei lá elas já tavam quase se formando, não foram ainda?
Eu quero pegar meus amigos e cair no mundo. Quero minha sala decorada com plantas porque não sei o que me deu mas decidi ter plantinhas espalhadas pela casa. Imagino até minhas almofadas cor de rosa espalhadas pela minha casa que não vai ter cheiro de incenso não. Quero até aprender a cozinhar, olha só. Quero até dormir junto, olha só. Mas não quero morar junto ainda.
Dói pegar o metrô de sempre e ele ter o cinza de sempre e eu pegar os fones pra não começar a gritar e ser presa lá dentro. Porque ninguem se fala, ninguem se olha e ninguem se vê. Porque eu não falo e não olho também. Eu sei que hoje sorri só porque ontem eu tava sorrindo e não quero perder isso.
Pelo amor de Deus tudo o que eu quero é tempo pra ter um emprego legal, ir prum pub a noite e ter minha casinha delícia pra voltar depois.

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