quinta-feira, 11 de setembro de 2008

E pra onde a gente tá indo? (Dani)

Acabei de ler um livro sobre o Lelé. E agora minha cabecinha fervilhante tá cheia de fervilhinhas. Usei dois diminutivos, parei. A grande questão é que não faz sentido fazer arquitetura por fazer. Não faz sentido, aliás, fazer nada por fazer, óbvio. Mas a arquitetura PEDE que você responda às pressões e questões de uma época.
Aí eu parei pra pensar. Com a guerra, com a industrialização, houve essa necessidade do pré-fabricado, do rápido, de agilizar o transporte e a construção em si. O barateamento também, claro. Mas a arquitetura foi atrás de um jeito de englobar tudo isso, e muita coisa bonita foi criada. Tô fanzaça do Lelé, puta cara simples que respondeu ao que precisava ser feito e é absurdamente simples.
Voltando às minhas caraminholas, qual a NOSSA função, essa geração que está se formando agora? Temos, claro, a boa e velha e tão discutida questão da sustentabilidade. Pra ir atrás disso, fui nos seminários que a FAUUSP está oferecendo essa semana, o NUTAU. São palestras e debates discutindo a sustentabilidade não só no âmbito do edifício, mas também das cidades. E sustentabilidade esbarra em coisas simples, que foram muitas vezes esquecidas por muitos arquitetos. Questões com insolação, ventilação, uso do que já está aí, feito pela natureza. Não é certo pensar em sustentabilidade só como novas tecnologias. Temos como ferramenta também o "velho".
Mas e os sistemas construtivos? Como a nossa geração está respondendo a eles? Nesse mesmo seminário, alunos de iniciação científica, mestrados e etc mostraram seus trabalhos de pesquisa buscando novas alternativas para responder não só à sustentabilidade mas também à uma arquitetura voltada para nosso clima, nossa cultura. Acho que já chega de cópia não?
Mas de qualquer forma, eu ainda tenho dúvidas, porque sou uma pata mesmo. Pra onde estamos indo? Ainda é o concreto armado? Não é mais? O que é? Esse é o meu alvo de pesquisa agora. Outra coisa: o que afinal de contas nós estamos propondo? Que soluções construtivas, que inovações? Eu não quero pegar quatro paredes e tacar coisas dentro, não é isso que é fazer arquitetura. Bom, momento de vida perdida de novo, mas pelo menos buscando respostas pra perguntas que eu já defini. Quem tiver alguma resposta por favor me ajude.

2 comentários:

Nathalia disse...

Chuba, já me indaguei sobre muitas coisas q vc escreveu. Primeiro quero ressaltar o quanto eu amo o Lelé. ele com certeza é o meu exemplo de arquiteto brasileiro. Quem mais na face da terra consegue fazer um hospital em fortaleza sem ar-condicionado??? Insano de foda! Eu acho que um dos nossos grandes dilemas e também, pq não, problemas é que achamos que a arquitetura vai salvar o mundo, vai mudar a sociedade e vai colocar sorrisinhos nas carinhas de todos nós. Tá, talvez eu esteja incrivelmente desacreditada com a humanindade arquitetônica, mas falta humildade, porra! Somos arquitetos não deuses! Sim, os problemas existem e sempre vã ose renovar. Não que eu ache que devemos simplesmente cruzar os braços e dizer "tá, o mundo tá fodido e vai ser sempre assim" mas sei lá, depois que eu fui no Teto Pro Meu País eu vi como as pequenas ações que você, você sozinho ou acompanhado, na sua escala de abrangência, pode mudar muita coisa. Nós vamos nas aulas e tudo o que a gente ouve é que a sociedade está errada, que nós devemos projetar habitação popular e blábláblá, mas porra, alguém vai lá na favela, conversa com as pessoas? Pergunta se ela consegue manter uma casa de uma HIS? Aí vem os professores ou demais amiguinhos de nossa turma dizendo que não, a prefeitura dará incentivo financeiro, que o jardim será cuidado por funcionários, que isso, que aquilo. E a realidade? Onde fica nessa história?
Tá, eu to revoltada, mas não é com vc Chuba, é com a FAU mesmo...
Fazia tempo que não escrevia ou pensava sobre arquitetura...olha q ironia! hahahahaha
Um beijo!

Ju All disse...

Pés no chão e um olharzinho pro céu(hilux, casa na praia, london...
Arquitetura é feita pra "gente". Que tipo? Todos.Acho que é por ai que temos que começar. O mundo antes de tudo precisa de gente. Gente que olha, que ve, que entende e que tem boa vontade de fazer.Bora estudar, trablalhar, se ajudar. É assim que se cresce, pelo menos foi assim que me ensinaram, com bastante otimismo! pq de má noticia o mundo ja ta cheio!

bjocas Danis e Lijas