domingo, 11 de outubro de 2009

Walk on water with me (Dani)

Eu estou aqui, sentada na cama de camiseta e calcinha, ouvindo Aerosmith no meu velho discman, porque por alguma razão meu rádio morreu. Eu estou aqui, de cabelo solto e muito feliz por ter passado o dia com meu pai. Eu estou aqui, com um tênis novo que há alguns meses eu jamais compraria. Eu estou feliz porque apesar de ter sentido muita falta da minha mãe, eu assisti um filme que me trouxe de volta muitas coisas perdidas. Coisas boas. Por isso brindemos.

Um brinde a vida. A mesma vida que vivemos todos os dias. A essa vida que escolhemos ser cinza ou ser colorida, ou ser cinza e colorida, como o meu tênis. Um brinde as manhãs que acordamos com sono, e ainda assim mantemos o bom humor. Um brinde as noites em que dormimos com um bode ao nosso lado, mas acordamos prontos pra outra. Um brinde a essa que faz um dia chuvoso ter sentido quando alguém é gentil com você na rua. A vida que te faz continuar querendo, escolhendo, sendo qualquer coisa, seja lá o que for.

Um brinde a musica. Não consigo imaginar minha vida sem ela. Um brinde ao tango, que te faz chorar como se tudo fosse acabar em segundos. Um brinde ao samba, que me mantém tão empolgada e feliz. Um brinde ao rock! Ah, um brinde muito especial a ele, que faz a gente se sentir vivo.

Um brinde a dança, que faz tudo se encaixar. Que me relembra quem eu sou, o que eu gosto, como eu me sinto quando entro nos eixos. Um brinde a todas as musicas dançantes que me fazem fechar os olhos. Um brinde a todas as danças que me fazem levantar os braços. Um brinde a dor nas pernas depois de uma boa festa.

Um brinde a todos os balcões que eu já subi e dancei.

Um brinde ao amor. Sim, o bom e velho amor clichê que todo mundo espera e procura! Um brinde aquele amor que ta faz querer ouvir o outro por horas, aquele tipo de amor que te faz querer ver o outro dormir.

Um brinde a espontaneidade. Aquela sensação de entrega, de se jogar, de não ter medo. Aquela conversa com o estranho no ônibus, que não tem porque e por isso mesmo é tão boa. Um brinde àquelas conversas que varam a noite onde você se mostra por inteiro, sem razão alguma.

Um brinde à curiosidade. Que te faz ver em uma pessoa mais que uma pessoa, que te faz querer descobrir. Um brinde a quem sempre quer saber mais, ver mais, descobrir mais. Pelo simples fato de ir mais fundo. Um brinde a quem mergulha.

E por fim, um brinde à paixão. Porque é ela quem mais esta ausente nas nossas rotinas. Aquela paixão que incendeia, que explode, que põe cor, que dá graça, que possibilita todo o resto aí em cima. A mesma paixão que me invadiu um dia volta só pra me ajudar a gritar What it Takes com o Steven Tyler. Tell me who’s the blame for thinking twice??? Um brinde a toda essa capacidade de sentir, a toda essa coragem de sentir. Um brinde ao fim do medo, ao fim da mesmice, ao fim da superficialidade.
UM BRINDE MEUS CAROS!

Por mais ridículo que seja, ainda estou aqui, de cabelos soltos e blusa verde, alternando entre escrever no lap e ficar com braços pro alto cantando Yeah, yeah, dude look’s like a lady! Yeah, yeah!

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